Binacional mantém equipe técnica com atenção integral e monitoramento sísmico, que previne terremotos
O rompimento de uma barragem em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, que pode resultar na morte de aproximadamente 300 pessoas, trouxe à tona uma pergunta comum em Foz do Iguaçu e região, quando ocorre este tipo de acidente. Afinal, a barragem da Itaipu Binacional é segura? Os protocolos técnicos adotados pela empresa garante uma vida útil de 300 anos para a estrutura considerada uma das mais seguras do mundo.
A barragem de Itaipu, construída de 1975 a 1982, é considerada segura, tanto no trecho de concreto, onde estão as turbinas e o vertedouro, como no trecho de enrocamento, composto por terra e rochas. A estrutura é monitorada, em tempo real, por ampla rede de sensores e tem uma vida útil estimada e 300 anos. As informações são do Gazeta Diário.
Em 2019, o corpo técnico da Itaipu dará início ao processo de atualização tecnológica da usina. A intenção é modernizar equipamentos e ampliar a disponibilidade de seu parque gerador para a produção de energia. No Parque Tecnológico Itaipu (PTI), está instalado o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb), referência para pesquisadores da área no Brasil e no exterior.
Em nota, a empresas reconhece que o rompimento de uma barragem de resíduos de mineração em Minas Gerais, reacendeu as discussões sobre a segurança desse tipo de estrutura. No país existem aproximadamente 15 mil unidades, de acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA).
No caso da Itaipu, o tema é particularmente relevante por se tratar de uma das maiores barragens do mundo, informa a empresa. Isso se deve também devido as cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, por estarem localizadas as margens do Rio Paraná, a alguns quilômetros a jusante (abaixo) da usina. Sem contar o fato de o reservatório, embora sob algumas limitações, ter papel de gestão das cheias do rio.
Atenção integral
No desenvolvimento de suas atividades, a Itaipu informa que leva em consideração o princípio da precaução que é aplicável a um único risco ambiental irreversível: o comprometimento da segurança física da barragem da usina. Apesar de improvável, a empresa é referência mundial no tema e teve atuação destacada na criação da lei 12.334/2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens.
A usina também participa ativamente do Comitê Brasileiro de Grandes Barragens (CBDB) e da Comissão Internacional de Grandes Barragens (ICOLD). A segurança da barragem é assegurada por meio de um programa de vigilância e manutenção abrangente, sob a responsabilidade das Superintendências de Obras, Engenharia, Manutenção e Operação.
A Itaipu mantém um banco de dados com mais de 30 anos de leituras de instrumentação e todos os desenhos técnicos foram digitalizados, para permitir acesso rápido às informações. Quando possíveis problemas são identificados, estudos adicionais são conduzidos, instrumentação é adicionada, e/ou protocolos de manutenção são modificados.
Monitoramento eletrônico
A entidade conta com aproximadamente 2,8 mil instrumentos para acompanhar o comportamento das estruturas de concreto e da fundação das suas barragens, além de 5.295 drenos para detectar aumento de vazão. Os instrumentos mais importantes (cerca de 10% do total) são monitorados on-line e contam com um sistema de alerta que quando são detectadas anormalidades, profissionais especialistas são avisados para tomar as medidas necessárias.
A área ao redor do reservatório conta com monitoramento sísmico desde 1978, realizado por sete estações instaladas, e os resultados são analisados com o apoio da Universidade de Brasília. O acompanhamento confirmou que a área tem baixa sismicidade natural e nenhum movimento induzido pelo reservatório foi detectado.
Consultores civis
Criado em 1975, o Board é um grupo formado por especialistas de diferentes países, com notável conhecimento em engenharia de grandes barragens, contratado pela Itaipu para analisar o desempenho. Eles também conferem o grau de segurança de toda a estrutura da usina – sobretudo da barragem, por meio de inspeções técnicas e análise dos dados emitidos pelos empregados.
Frequente durante as obras, a consultoria passou a ocorrer a cada quatro anos, e os profissionais ficam disponíveis para aconselhamento a qualquer momento. A última avaliação ocorreu em novembro de 2014 e o grupo constatou que o desempenho da segurança da usina continua a ser excelente, decorridos 32 anos do primeiro enchimento do reservatório.
A Itaipu possui grupos gestores binacionais do Plano de Ação de Emergência (PAE), responsáveis por elaborar e manter atualizados os planos de ação para as contingências identificadas, coordenar os simulados realizados de acordo com um plano anual. Os prestadores de serviços de empresas terceirizadas participam dos simulados e de palestras sobre segurança no início da prestação dos serviços.