A pandemia do novo coronavírus obrigou a instauração de um isolamento social – que se reflete na dimensão de gênero –, e trouxe impactos principalmente para as mulheres.
E foi com foco nelas que o Comitê Executivo pela Equidade de Gênero e Diversidade (CEEGED) da UNILA publicou a primeira edição do boletim especial de quarentena, que pode ser encontrado em bit.ly/boletimceeged.
Além de considerações sobre a saúde mental em situações de crise, a edição traz informações sobre como proceder em casos de violência contra a mulher. O CEEGED vai continuar com as publicações especiais de quarentena, abordando temas sobre gênero e diversidade.
“A princípio, esse primeiro boletim foi criado para a comunidade da UNILA, mas vimos que era o nosso papel também de levar essas informações para fora dos muros da Universidade, com dados de serviços municipais gratuitos de atendimento psicológico e de enfrentamento à violência contra a mulher”, explica a psicóloga da UNILA e integrante do CEEGED, Carla Gastaldin.
Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que o isolamento social, no Brasil, causou um aumento de quase 9% no número de ligações para o canal 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher. Na Argentina, segundo relatório da ONU Mulheres, as chamadas de emergência para casos de violência doméstica tiveram um aumento de 25%, desde o decreto da quarentena, em março.
“Para algumas mulheres, estar em casa em isolamento as obriga, muitas vezes, a conviver com o agressor, que pode ser o companheiro, o pai ou o filho. Além disso, temos uma sobrecarga nos ombros das mulheres com dupla jornada de trabalho, já que a maior parte do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos é feito por elas”, destaca Gastaldin.
Elas também são maioria no grupo que está na linha de frente no combate à covid-19, uma vez que, conforme dados da ONU Mulheres, 70% dos profissionais de saúde no mundo são mulheres, o que as expõe a um maior risco de infecção pelo novo coronavírus.
Encontros pela diversidade
Durante o momento de quarentena, a Rede Encontros pela Diversidade está realizando uma série de lives sobre temas variados. As atividades da Rede são autogestionadas e realizadas por uma coordenação colegiada, com participação do Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História (ILAACH) da UNILA.
A estreia da série foi com as integrantes do CEEGED Carla Gastaldin e Maria Aparecida Webber, que abordaram a questão da saúde mental e a situação das mulheres no contexto do isolamento social. O vídeo pode ser visto em bit.ly/liveceeged.
A próxima live será no dia 8 de maio, às 17h, e traz o tema “As religiões em suas práticas durante o isolamento social da Covid-19”. A convidada é Crica Galdino, ativista contra o racismo e a intolerância religiosa.
Ela é militante pela Rede de Mulheres Negras do Paraná e graduanda do curso de Serviço Social da UNILA. A mediação será do estudante de Antropologia da UNILA João Paulo Angeli. As lives são transmitidas pelo Instagram do grupo: @redediversidadefoz.