Em boletim médico divulgado na tarde desta quinta-feira, 7, o Hospital Albert Einstein informa que o presidente Jair Bolsonaro apresentou na noite de quarta episódio de “febre sem outros sintomas associados” e “imagem compatível com pneumonia” na tomografia de tórax e abdome. Informações do Estadão.
A equipe médica do hospital ajustou os antibióticos tomados pelo presidente para tratar os novos sintomas. Ele segue com sonda no nariz e dreno no abdome para corrigir infecção identificada na noite de domingo, 3.
Bolsonaro foi internado em 28 de janeiro para realizar a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia. Nesta quinta, ele completou 11 dias no hospital e a orientação médica é de que mantenha repouso e evite falar. No quarto, ele fica em companhia da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e com o filho Carlos Bolsonaro.
Apesar do quadro, Bolsonaro mantém boa evolução no funcionamento intestinal e continua sem dor, realizando exercícios respiratórios e caminhada. As visitas permanecem restritas. A alimentação segue feita por via venosa, e o presidente mantém ingestão de líquidos por via oral.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o cirurgião Dr Antônio Luiz Macedo afirmou que Bolsonaro precisará ficar no hospital por mais cinco a sete dias, no mínimo. Na noite de quarta-feira, 8, ele registrou febre (38ºC).
“Ele já está tomando antibióticos, fazendo fisioterapia, andando no corredor, mas isso vai levar mais ou menos de cinco a sete dias para [a pneumonia] ser completamente debelada”, disse o médico, reforçando que o presidente precisará continuar no hospital durante esse período. “Se tiver alta daqui, vai ter uma sobrecarga absurda de trabalho e pode comprometer a saúde.”
O médico classificou a pneumonia como “sutil e leve” e disse que o quadro foi causado por uma fraqueza após a cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal, realizada no último dia 28, não alarmando a equipe médica. “É bem sutil, é mais devido à fraqueza de uma cirurgia muito grande. É uma coisa bem levezinha”, comentou Macedo.
Porta-voz
Após o presidente ter novo episódio de febre, de aproximadamente 38ºC, e ser diagnosticado com pneumonia, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o quadro não alterou o nível de preocupação dos médicos com o estado de saúde de Bolsonaro.
Exames identificaram a pneumonia e – por não ser viral – médicos disseram que o quadro pode ter sido causado por bactéria. Rêgo Barros não quis revelar, no entanto, os motivos levantados pela equipe técnica que levaram a esse estado. Um novo antibiótico precisou ser inserido na medicação de Bolsonaro.
“Os médicos não mudaram os procedimentos com relação à administração de drogas, exceto a inclusão de uma nova droga. Não me pareceu, segundo eu conversei com os médicos, uma alteração no nível de preocupação. Eles são uma equipe extremamente experiente, conhecem todas as vicissitudes de um caso como esse e identificaram que, obviamente, ao longo dessa recuperação há que se considerar as intercorrências”, declarou o porta-voz.
Ao ser diagnosticado com pneumonia, Bolsonaro ficou triste, relatou Rêgo Barros, mas já recuperou o bom humor e está confiante que a situação será revertida “rapidamente”, declarou o porta-voz. No Twitter, o presidente escreveu na tarde desta quinta que estava “muito tranquilo” com sua saúde.
Confira a íntegra do boletim:
O excelentíssimo Presidente da República, Jair Bolsonaro, permanece internado na Unidade Semi-Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein. Apresentou, ontem à noite, episódio isolado de febre sem outros sintomas associados, foi submetido à tomografia de tórax e abdome que evidenciou boa evolução do quadro intestinal e imagem compatível com pneumonia.
Foi realizado um ajuste na antibióticoterapia e mantidos os demais tratamentos. Continua sem dor, com sonda nasogástrica, dreno no abdome e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral. Hoje, realizou exercícios respiratórios e caminhou no corredor. Por ordem médica, as visitas permanecem restritas.