Brasil não tem que proibir, mas regulamentar os cigarros eletrônicos, defende Abrabar

Não se pode ignorar que não tem como voltar atrás de um produto que dominou e substitui o cigarro tradicional; Parece a briga do táxi com o Uber, uma hora teve que regularizar e arrecadar impostos
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Brasil não tem que proibir, mas regulamentar os cigarros eletrônicos, defende Abrabar
Cigarros eletrônicos, ou vapes, estão entre os principais produtos apreendidos pela Receita Federal na Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu Foto: Arquivo/Receita Federal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou resolução que proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, popularmente conhecidos como cigarro eletrônico.

A medida referendou a proibição definida em 2009, mas está longe de alcançar uma solução para um problema cada vez mais visível em todas as regiões do Brasil, afirma a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar).

“Todo mundo sabe que o comércio de cigarros eletrônicos, ou vapes, está praticamente em todos os cantos do nosso país. Temos visto que eles (fumantes) fizeram uma prática que a gente vê na rua, nas esquinas, na noite, todo mundo consumindo, seja jovens, adultos, idosos e desde dois mil e nove é proibido essa comercialização, consumo e distribuição no Brasil”, ponderou Fabio Aguayo, presidente da Abrabar.

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“Não se pode ignorar que não tem como voltar atrás de um produto que dominou e substitui o cigarro tradicional”, emendou o dirigente classista que disparou: “Parece a briga do táxi com o Uber, uma hora teve que regularizar e arrecadar impostos”.

A análise está fundamentada no fato de que o crime organizado dominou este setor. Em Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, os cigarros eletrônicos estão entre os principais produtos apreendidos pela Receita Federal e outros órgãos de segurança.

Aguayo letra que a Anvisa discutiu recentemente se liberava ou não consumo o comércio e a venda deste tipo de produto.

“E eles novamente reafirmaram que não é possível (comercializar). Vários países do mundo regulamentaram esta prática porque sabiam que o crime organizado, aquelas pessoas sem compromisso com a legalidade, com a procedência, vão ganhar dinheiro e o Estado vai deixar de arrecadar”, disse.

O presidente da Abrabar também confrontou aqueles que dizem que o consumo do produto de forma regulamentada irá fazer mal para a saúde. “Já faz mal sendo ilegal dessa maneira, irresponsável dessa maneira”.

Brasil não tem que proibir, mas regulamentar os cigarros eletrônicos, defende Abrabar
Cigarros eletrônicos, ou vapes, estão entre os principais produtos apreendidos pela Receita Federal na Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu Foto: Arquivo/Receita Federal

Os principais riscos do consumo do cigarro eletrônico, segundo especialistas, são o surgimento de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial.

Debate amplo

“Nós do setor organizado, queríamos que esses debates fossem mais ampliados e o Congresso Nacional vai ser a casa certa para isto, para dar a última palavra, lá que é a voz do povo”. Aguayo concluiu indagando os motivos para negar uma coisa que está disseminada em toda a sociedade.

“Temos que discutir isso com os representantes do povo (congresso). Tenho certeza que lá vai ter consenso e razoabilidade e não essa negação que tivemos da Anvisa, contra um produto que infelizmente não tem procedência, alimenta o crime organizado, não gera um recurso ao erário e principalmente, não tem garantia do mínimo de zelo aos consumidores”, completou.

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