O Poder Legislativo de Foz do Iguaçu lamenta o falecimento da jornalista aposentada Wilmma Maria de Macedo, 64 anos, ocorrido na tarde de ontem, 5 de junho, exatamente nove anos depois da morte do marido, o também jornalista e ativista em defesa da liberdade, Juvêncio Mazzorollo. Ela faleceu em casa, de causas naturais. O corpo seguirá ainda hoje para a cidade de Boqueirão, na região metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba, onde ela nasceu. Como lembrou o jornalista Ronildo Pimentel, amigo próximo da família, Wilnma chegou a Foz do Iguaçu em 1987 iniciando carreira no Jornal Primeirahora.
Com 35 anos de dedicação ao jornalismo, “Wilmminha”, como era carinhosamente tratada pelos colegas, atuou também nas TVs Naipi e RPC e Jornal A Gazeta do Iguaçu. Em 1990 ela foi aprovada no concurso da Comunicação Social da Prefeitura, onde trabalhou até se aposentar. Muito querida na família e em todos os ambientes onde labutou, Wilmma deixa a filha Anna Rebeca Macedo Mazzarollo, que se manifestou nas redes sociais: “Hoje meu mundo perdeu um pouco da cor. Hoje perdi minha outra base de sustentação, meu amor maior dessa vida. Hoje, 9 anos depois do meu pai, me despeço da minha mãe, minha inspiração, meu tudo nessa vida. Eu nem sei o que dizer. Meu coração está destroçado. Te amo para sempre, minha mãezinha”.
O presidente da Câmara, João Morales, se solidariza com a família, jornalistas e amigos nesse momento de consternação. “Pelas tantas manifestações já se vê que a Wilmma foi um exemplo de ser humano e profissional de grande talento. Deixou o legado, com toda a dedicação e a força da mulher nordestina. Sem dúvida será para sempre uma inspiração”, afirmou.
Dentre as centenas de manifestações, muitos colegas jornalistas expressaram os sentimentos, dentre eles, Dina Oro. “Tive o privilégio de trabalhar com a Wilmma, na TV Naipi (Rede Massa) e TV Cataratas (RPC). Deixou a marca por onde passou. Íntegra, dedicada, parceira em todas as horas”.
“Wilmma, um ser de luz e imensa bondade. Trabalhei com ela na RPC. Sempre amável e generosa. Tinha um humor inteligente e discreto. Ela dizia: ‘Jacque, como você é boa para mim´… Sem saber que ela é que me fazia um bem muito maior, pela sua bondade e leveza”, declarou a jornalista Jacqueline Kruger.
Silvana Canal lembrou: “Muitos de nós acompanhamos a vida do Juvêncio e da Wilmma. Eu conheci o Juvêncio quando ele estava preso, em Curitiba – na época da ditadura. Quando ele conheceu a Wilmma, foi uma calmaria. Com a chegada da Rebeca, a felicidade foi completa para eles. Juvêncio adotou a pequena Anna Rebeca e a amou, criou junto com a Wilmma, essa nordestina arretada, cheia de personalidade e amor no olhar. Dia triste nas nossas vidas”.
Outro jornalista, Roberto Mafra, revelou: “Wilmma era uma amiga incrível, assim como o Juvêncio. Que possamos dar força para a Rebeca. Com orgulho, posso dizer que a acompanhei desde bebê, nos tempos que éramos vizinhos na Vila Yolanda”.
Wemerson Augusto, o Ceará, também se expressou: “Estive com ela num dia de visita nas Cataratas. Como sempre contamos boas piadas. Imitou a Heloísa Helena, falou do Nordeste, da vida, dos livros. Que a passagem da Wilmma seja de luz”.
Rogério Bonato, publicitário e escritor, dedicou espaço na edição do Gdia, onde escreveu: “Posso afirmar que sou diretamente responsável pela chegada de Wilmma em Foz do Iguaçu e sinto um bem danado em relação a isso, porque ela foi um presente para todos nós e os que conviveram esses 36 anos com a sua sensatez, paciência, dedicação e profissionalismo dela. Não vou aqui discernir as quase quatro décadas de amizade, mas eu lembraria a Wilmma em muitos de seus ensinamentos, um dos quais nunca assimilei como deveria: o silêncio. Quando se é dono de um dom assim, a vida passa de outro jeito. Lamento muito, muito mesmo. Wilmma seguirá na paz e do jeitinho que viveu e tanto nos inspirou com a sua doce amizade e dedicação”.