No Dia Nacional de combate ao abuso e à exploração sexual, órgãos de segurança e rede de proteção reforçam os canais de denúncia como forma de enfrentamento à violência
Foz do Iguaçu registrou um aumento de 33% no número de crimes contra crianças e adolescentes entre 2021 e 2022. As principais ocorrências envolvem ameaça, lesão corporal, estupro e violência doméstica e familiar.
Os dados são do Centro de Análise, Planejamento e Estatística da Secretaria de Estado da Segurança Pública, que apontam também os adolescentes de 12 a 17 anos como as principais vítimas, seguidos por crianças de 1 a 11 anos de idade.
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Para chamar atenção para estes dados e incentivar a denúncia como forma de enfrentamento a violência, uma caminhada foi realizada nesta quinta-feira (18) na Avenida Brasil, envolvendo entidades assistenciais, secretarias municipais, conselhos, escolas, rede de proteção e órgãos de segurança. A caminhada, que seguiu até a Praça da Paz, marcou também o dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, data instituída pela lei Federal 9.970/2000.
Com o tema “Faça Bonito. Proteja nossas Crianças e Adolescentes”, o objetivo da iniciativa é sensibilizar a sociedade para ações preventivas e pedagógicas, além de identificar abusos por meio de mudanças de comportamentos e incentivo ao diálogo.
“É um dia que precisamos lembrar para que a luta continue. Para que as pessoas sigam atentas a qualquer tipo de violação de direitos contra crianças e adolescentes. Para que as famílias estejam atentas aos seus filhos, para que os vizinhos reconheçam atitudes suspeitas e a sociedade em geral saiba que denunciar é a melhor forma de combate a violência”, disse o secretário de Assistência Social, Elias de Souza Oliveira.
O Dia Nacional é lembrado em 18 de maio, porque neste dia, no ano de 1973, uma menina chamada Araceli, foi drogada, estuprada e morta por jovens de classe média. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje permanece impune.
Violência dentro de casa
Dados disponibilizados pelo Conselho Tutelar I de Foz do Iguaçu apontam que em 2022 foram registrados 106 casos de negligência, violência física e psicológica contra crianças e adolescentes. Casos de suposto abuso, violência e assédio sexual contabilizaram 89 no ano passado. No primeiro quadrimestre deste ano, já foram atendidas 42 crianças vítimas de negligência ou violência e 16 casos e abuso e assédio sexual. Neste ano, o Conselho também registrou a gravidez de 10 adolescentes; no ano passado foram 24.
Para o inspetor da Guarda Municipal e secretário do Gabinete de Gestão Integrada (GGIM), Josnei Fagundes, o número de casos envolvendo crianças e adolescentes pode ser muito maior do que o registrado, justamente pela falta de denúncia. “A violência contra a criança ocorre, principalmente, dentro da própria casa ou no entorno, com familiares e pessoas próximas. E para que essas denúncias aconteçam é preciso maior fortalecimento da rede e de conscientização da sociedade”, afirma.
O Disque 100 (Disque Direitos Humanos) registrou mais de 17 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes de janeiro a abril deste ano, em todo o país. Nos quatro primeiros meses de 2023 foram registradas, ao todo, 69,3 mil denúncias e 397 mil violações de direitos humanos de crianças e adolescentes, das quais 9,5 mil denúncias e 17,5 mil violações envolvem violências sexuais físicas – abuso, estupro e exploração sexual – e psíquicas.
Denúncias
Além do Disque 100, as denúncias podem ser feitas através da Polícia Militar (190), Guarda Municipal (153), NUCRIA / Polícia Civil (45) 3524 03 96, além do Conselho Tutelar Sul:(45) 3523 0023/ Celular:(45) 999217576/ Conselho Tutelar Norte: (45) 2105 8760/ Celular:(45) 99997 41 14/ Ministério Público: (45) 3308 13 00/ CREAS I: (45) 3901 32 75.