Ciudad del Este não consegue avançar no combate aos falsos guias, diz jornal

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combate aos falsos guias

A Câmara de Comércio e Serviços alertou que o país corre o risco de perder os US$ 3,75 bilhões (aproximadamente R$ 19 bilhões) só com importações de produtos

As autoridades de Ciudad del Este não conseguiram avançar em ações para combater os “pirañitas”, como são denominados os falsos guias que praticam atos criminosos como fraudes, assaltos, roubos e até sequestros de compristas em um dos principais centros comerciais do Paraguai, ligado à Foz do Iguaçu pela Ponte da Amizade. A afirmação é do jornal La Clave, que acompanhou quarta-feira (29) uma reunião na Delegacia de Polícia do Alto Paraná com representantes do Ministério Público, Polícia Nacional, Prefeitura Municipal, Governo Departamental, Câmara de Comércio e Serviços e do Senatur.

Adianta o GDia que a ação dos criminosos ganhou destaque na imprensa brasileira, levando as autoridades à deflagrar uma sequência de operações, para fechar o cerco aos falsos guias nas ruas de Ciudad del Este, ainda na primeira metade de março. As ações, que “supostamente diminuindo as denúncias de golpes nas últimas três semanas”, destaca a reportagem, para em seguida informar que “no momento do encontro, uma brasileira” de 49 anos residente em Foz do Iguaçu denunciou ter entregado R$ 12.000 a uma moradora de Minga Guazú.

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A suposta criminosa, que teve o nome informado aos participantes da reunião, teria um estabelecimento comercial em um edifício na Ruas Husein Taijen, em Ciudad del Este, onde foi entregue o dinheiro para a compra de dois aparelhos celulares da marca iPhone 13, que deveriam ser entregues nos primeiros dias de janeiro de 2023. A brasileira contou que, ao chegar a data combinada, tentou entrar em contato pelo número de telefone fornecido pela mulher, mas ninguém atendeu, por isso ela voltou ao município e percebeu que a casa comercial não funcionava mais no local.

O procurador Edgar Torales informou que possui 155 ações fiscais nas quais são investigados casos de fraude, mas que depois de um acordo entre as partes, os processos são diluídos porque deixam a investigação sem elementos e as vítimas regressam ao país de origem depois de recuperarem seu dinheiro ou receber a mercadoria após intervenção policial e fiscal. Segundo ele, a única forma de combater os casos de fraude é punindo administrativamente os falsos comerciantes.

Entre as ações sugeridas por Torales estão o encerramento das instalações, bem como o encerramento das galerias onde são registrados os crimes consecutivamente. O procurador citou nomes de ao menos um shopping center e dois estabelecimentos onde ocorrem estes tipos de delito e se ofereceu para enviar todos os dados à Prefeitura para que ela processe os proprietários das galerias comerciais.

Perda bilionária

O La Clave destaca que, tanto a Promotoria quanto os comerciantes sugeriram a Prefeitura de Ciudad del Este o fechamento das galerias e shoppings onde podem operar os lojistas que fraudam os turistas, bem como uma sanção final em nível administrativo para os falsos comerciantes, que permitirem o funcionamento de locais apenas para cometer crimes.

Oscar Airaldi, da Câmara de Comércio e Serviços, alertou que o país corre o risco de perder os US$ 3,75 bilhões (aproximadamente R$ 19 bilhões) em importações de produtos feitas anualmente no centro da Ciudad del Este, caso a insegurança persista. Ele acrescentou que grande parte da estabilidade monetária do Guarani se deve ao dinheiro que movimenta o comércio no Leste do país.

O Chefe de Gabinete do Município, Hugo Benítez, sustentou que a Prefeitura tem um número de denúncias superior ao registrado oficialmente pela Polícia Nacional, uma vez que muitos dos compristas são intimidados e não recorrem aos órgãos de segurança. Benítez anunciou que a Prefeitura orçou G$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 1,5 milhão) para a compra de câmeras que serão instaladas em áreas estratégicas do centro, para ajudar nos trabalhos da Polícia Nacional.

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