Ciudad del Este se junta à mobilização nacional contra governo de Santiago Peña

Diversos setores e organizações da sociedade convocaram mobilizações para denunciar violações das leis trabalhistas, nepotismo, despejos de terras e territórios de camponeses e povos indígenas, bem como o abandono do sistema de saúde pública
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Mobilização em Ciudad del Este. Foto: AHORA CDE

Nos próximos dias, o Paraguai será palco de uma série de manifestações contra o governo do presidente Santiago Peña Nieto. Diversos setores e organizações da sociedade convocaram mobilizações para denunciar violações das leis trabalhistas, nepotismo, despejos de terras e territórios de camponeses e povos indígenas, bem como o abandono do sistema de saúde pública, entre outras questões.

As manifestações terão início nesta terça-feira, 25 de março, e se estenderão até quinta-feira, dia 27. No primeiro dia, estão programadas diversas mobilizações envolvendo trabalhadores, idosos, povos indígenas, grupos urbanos e rurais, além de organizações de jovens paraguaios.

Ciudad del Este se junta à mobilização com uma greve geral convocada para esta terça-feira, com diversos setores organizados se mobilizando a partir das 7h em apoio à marcha nacional. A manifestação terá como ponto central a rotatória Oasis, de onde os manifestantes marcharão até a rotatória Monalisa.

O presidente da Federação de Taxistas de Ciudad del Este (FETACE), Florencio Soto, anunciou que a cidade será bloqueada como medida de pressão. “O copo está cheio, e quando isso acontece, ele transborda. Vamos fazer uma manifestação pacífica, fechando a cidade inteira”, disse ele.

A organização da greve geral reuniu vários sindicatos, incluindo a Crane Owners Association e a Exchange Workers Association. Walter Fernández, representante deste último, afirmou que seu sindicato participará da manifestação. “Estamos nos unindo para ajudar de qualquer maneira que pudermos. Depois do grande golpe econômico que sofremos, estamos tentando sobreviver”, explicou.

Associações de trabalhadores, pequenos empresários, universitários e trabalhadores do centro da cidade também somam às mobilizações em Ciudad del Este, com a previsão da chegada de moradores das cidades vizinhas, como Presidente Franco, Hernandarias e Minga Guazú.

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Na quarta-feira, 26, a nível nacional, ocorrerá a Grande Marcha Nacional “Unidos pelo Paraguai”, convocada por vários partidos de oposição e pela tradicional mobilização camponesa. Os manifestantes marcharão contra o que consideram “direitos pisoteados sob o governo de Santiago Peña” e em defesa da liberdade, da democracia e da justiça social.

Já na quinta-feira, a Federação Nacional Camponesa (FNC) e os movimentos indígenas protagonizarão a 31ª Marcha Camponesa. O ato terá como pauta a reforma agrária, a distribuição de terras e maior apoio estatal aos produtores rurais. Com o lema “Pela terra, pela produção e contra todas as injustiças”, a manifestação reafirma a histórica luta do movimento camponês no país.

As mobilizações ocorrem em um período simbólico, marcando o aniversário da chamada “Marcha Paraguaia” de 1999, desencadeada após o assassinato do então vice-presidente Luis María Argaña. O episódio gerou uma onda de protestos que resultou na morte de pelo menos sete pessoas e ferimentos em cerca de 700 manifestantes.

O Paraguai também viveu grandes protestos em março de 2017, quando milhares de paraguaios foram às ruas contra uma tentativa de emenda constitucional promovida pelo Partido Colorado, que buscava permitir a reeleição do então presidente Horacio Cartes (2013-2018). Agora, com a nova onda de manifestações, o país volta com intensas mobilizações populares contra o governo.

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