Entidades de Foz do Iguaçu participam ativamente das audiências e encontros sobre a nova licitação de concessão do Parque Nacional do Iguaçu
Três entidades de Foz do Iguaçu defendem a participação direta dos 14 municípios lindeiros nos investimentos previstos na nova licitação da concessão do Parque Nacional do Iguaçu para os próximos 30 anos. “É uma oportunidade para garantir um plano de desenvolvimento voltado ao turismo e a preservação do meio ambiente para a região”, diz Yuri Benites, presidente do Conselho Municipal do Turismo (Comtur).
Benites participou das audiências e dos encontros, em Brasília e Foz do Iguaçu, com prefeitos, vereadores, representantes do setor e interessados em um modelo de concessão pela menor tarifa, com investimentos para a região e divulgação do parque através da promoção de marketing sob a gestão das cidades.
O presidente do Comtur afirma que é preciso construir uma conexão mais direta entre o parque e os municípios lindeiros. “O modelo que está sendo proposto é de concessão do parque todo. O edital prevê investimentos em polos como as Cataratas, Céu Azul, Capanema e Silva Jardim, mas é preciso mais”, listou.
Projetos
A proposta central do Comtur é trabalhar em projetos na área do turismo nas regiões oeste sudoeste. Para isso, defende Benites, será necessário destinar recursos para atividades e ações de educação ambiental, e de melhorias das cidades lindeiras. “O parque nacional é um patrimônio dos municípios e temos que pensar formas para a destinação de recursos nestas cidades, servindo como estratégia de auxílio ao desenvolvimento”, completa.
O Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo) destaca alguns pontos do edital que precisam de uma análise aprofundada. Primeiro é o formato da destinação por outorga. “Isto fará que grandes grupos, possivelmente estrangeiros e sem vínculos históricos com a região, sejam os mais interessados”, lembra o presidente Fernando Martin.
A concessão do parque para apenas um concessionário, avalia Martin, vai criar um monopólio do atrativo, ao contrário do que se prevê o plano de manejo e do uso público da unidade. “Sempre ficou claro que não era recomendável que uma única empresa seja a responsável por tocar todos os atrativos”, disse Martin, que participou da atualização do plano de manejo.
“Sempre deixamos claro que a sociedade do entorno deve participar nas definições, formatações e fiscalização dos novos atrativos a serem criados”. A intenção é evitar que a empresa nova concessionária venha priorizar parcerias que inviabilizam a competitividade de operadores locais e regionais.
O Sindetur defende ainda um novo modelo de transporte sustentável e a redução do prazo de concessão previsto para 30 anos. “É algo que realmente assusta e preocupa”, afirma Martin, que também se manifesta pela implantação de tarifas mais justas.
Desenvolvimento
Sobre as cidades do entorno, o Sindetur defende ainda que a concessão venha atendê-las com ações complementares. “Queremos que nosso parque sirva como fonte de desenvolvimento turístico, ambiental e educativo para toda a região. Os moradores do entorno precisam ser incluídos neste diálogo pelo tempo que for necessário antes da concessão”.
O presidente do Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu_, Felipe Gonzalez, também questiona o longo tempo previsto na nova concessão. “Essa é uma preocupação que acreditamos deve ser a principal, de todos nós neste formato de licitação”, disse.
Gonzales lembrou que em 1999, na primeira concessão, a falta de diálogo acabou gerando muitos atritos, principalmente com o Ibama, órgão gestor do parque na época.
A unidade de propostas no atual processo será fundamental para a participação de todos os setores e comunidades lindeiras. “O propósito desta concessão é garantir, para estes próximos 30 anos, que o parque se transforme em uma ferramenta de desenvolvimento”, completou.