Gilmar Cardoso destaca ainda o sucesso da exposição dos artistas no Rio de Janeiro
O colunista do Cabeza News, o advogado, escritor e poeta Gilmar Cardoso, recorda um tema que causou polêmica e agito, e acabou caindo no esquecimento por parte da mídia e dos agentes culturais da capital.
Por ocasião da exposição de “Os Gêmeos: Segredos”, no Museu Oscar Niemeyer (MON), o Museu do Olho de Curitiba, a partir de setembro do ano passado, mostra que contou a trajetória dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, dupla famosa pelos grafites urbanos, com cerca de 850 itens, entre pinturas, instalações imersivas e sonoras, esculturas, desenhos e cadernos de anotações dos artistas.
O colunista destaca que Os Gêmeos são mundialmente famosos pelo traço e estilo singular e que suas obras tem influência da cultura hip hop, da dança, da música, do muralismo e da cultura popular. Ambos possuem intervenções em mais de 60 países, incluindo Suécia, Alemanha, Portugal, Austrália, Cuba e Estados Unidos.
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Gilmar Cardoso recordou a polêmica que a dupla provocou quando fez uma obra dita à época como temporária na fachada do museu. A intervenção, que deve permanecer como marco cultural e histórico, à exemplo do caso similar que ocorreu com eles quando pintaram em grafite um castelo escocês, em 2007, e a pintura se tornou mais popular do que o esperado.
Segundo o colunista, o mural dos Gêmeos se tornou um grande atrativo para visitantes, mas seu período de existência planejado, que era de três anos e chegou ao fim, motivou o dono do castelo, Patrick Boyle, a escrever para o Historic Scotland, entidade governamental que assessoria os órgãos públicos do país responsáveis por edifícios históricos, pedindo para que a obra permaneça.
Em Curitiba, a pintura na fachada lateral do MON foi duramente criticada à época por Paulo Niemeyer, bisneto do arquiteto que dá nome ao Museu. A imprensa divulgou uma postagem nas redes sociais, onde Paulo disse que a obra do bisavô, que fez o projeto do museu, havia ido desrespeitada.
Paulo Niemeyer fez uma postagem nas redes sociais em que disse estar revoltado com a intervenção artística: “Deveriam ter o respeito pela arte e criação de Niemeyer, da mesma forma que ele, Oscar, teve para com todo e qualquer artista”.
O bisneto, que também é arquiteto, afirmou que pretendia acionar a Justiça para que o trabalho seja apagado. Ele comentou não concordar com a proposta por interferir na obra de Niemeyer. “Quando você precisa, com o seu trabalho chamar a atenção interferindo no trabalho do outro, acho que não é a forma mais correta de mostrar a arte”, disse.
A direção do museu explicou que obra era temporária e foi autorizada. A diretora do MON, Juliana Vosnika, disse que o desenho foi autorizado pelo órgão que preserva o patrimônio cultural do estado.
Depois de passarem pela Pinacoteca do Estado, em São Paulo, e pelo Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, a exposição de retrospectiva da dupla Os Gêmeos chega ao Rio de Janeiro. A mostra, que aborda a trajetória dos irmãos grafiteiros, abriu no dia 12 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), com o nome Nossos Segredos.
A exposição fica em cartaz no CCBB do Rio até o dia 23 janeiro de 2023. A entrada é franca. O horário de funcionamento do espaço cultural é: segundas e quartas a sábados, sempre das 9h às 21h. Aos domingos, das 9h às 20h. Todas as terças o local fica fechado para manutenções.
OS GÊMEOS NO MON. OBRA PARA SER PRESERVADA E VISITADA.
Abordo a necessidade de que a obra dos badalados grafiteiros paulistanos OS GÊMEOS, irmãos Gustavo e Otávio Pandolfi, produzida na fachada do Museu Oscar Niemeyer (MON), que à época acabou gerando uma polêmica e repercussão pública seja mantida e preservada para visitação turística-cultural em Curitiba. A ideia, inclusive, tem respaldo em recente legislação estadual que passa a considerar o Grafite como sendo uma cultura a ser protegida e fomentada, para que essa arte seja realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado, desde que autorizada por estes.
As obras de OSGEMEOS aparecem em inúmeras paredes ao redor do mundo desde 1981. Elas são únicas e inconfundíveis pelas figuras amarelas que dominam fachadas de casas inteiras, bem como também por suas dimensões sociais e políticas que são temas recorrentes em sua obra. Sua cidade natal, São Paulo, continua sendo a maior fonte de inspiração. Possuem pinturas, inclusive, em um castelo na Escócia