Os pais de alunos, familiares e vizinhos da Escola Municipal Professora Lúcia Marlene Pena Nieradka, mais conhecida como “Escola Flamenguinho”, lançaram uma ofensiva para a construção da sede definitiva da unidade de educação da Vila Yolanda, em Foz do Iguaçu. A estrutura atual já completou 21 anos sob a arquibancada de um estádio de futebol. A nova escola foi aprovada em reunião do Orçamento Participativo em uma área técnica do município. No entanto, um grupo de moradores do entorno defende a manutenção da praça como está.
Recorda o GDia que a Escola Lúcia Marlene surgiu da necessidade dos moradores da Vila Yolanda e bairros próximos de matricular os filhos perto da residência e começou atender em 8 de março de 1998, em um espaço da Igreja Católica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em abril de 2002, na gestão do prefeito Sâmis da Silva (MDB), foi inaugurada em um espaço cedido sob a arquibancada do Estádio Pedro Basso, o Flamenguinho.
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Em 2019, na primeira reunião do Orçamento Participativo de Foz do Iguaçu, a comunidade aprovou a escola em uma área técnica do município, de 5.000 metros quadrados no Jardim Eldorado (antigo Jardim Social). A área construída vai ocupar 1.800 metros quadrados, preservando a área verde do local, reforça a Prefeitura. A nova escola terá seis salas de aula, sala multimídia, biblioteca, laboratório de informática, sanitários, salas administrativas, secretaria, amplo refeitório e cozinha, pátio central descoberto, playground e quadra esportiva coberta.
O início das obras foi autorizado pela Prefeitura para o dia 1º de março, conforme pautou o GDia na ocasião. No entanto, os trabalhos de fato têm sido postergados por força de um grupo de moradores do entorno da área destinada a unidade de educação, que desejam manter a praça como está, sob o argumento de que é necessário preservar as árvores e o espaço de lazer.
Mobilização
Entre as ações desencadeadas pela comunidade escolar para a construção da nova sede da Escola Lúcia Marlene está o lançamento, na quarta-feira (17), de um abaixo-assinado (AQUI para ver). Até o fechamento da edição, por volta das 14h de ontem (18), o manifesto havia recebido a adesão de aproximadamente 1.000 signatários. Para conferir, basta acessar a página www.change.org e buscar o tema.
“O que queremos é Escola e Praça no mesmo local, isso é Possível!”, dizem os organizadores da mobilização. A área técnica do município será ocupada pelo prédio da escola, preservando a área verde do local. As árvores do local serão transplantadas em outras áreas, informa a Prefeitura. Além do abaixo-assinado, os pais de alunos e comunidade escolar da Vila Yolanda irão promover no domingo (21), a partir das 15h, um ato no “terreno público destinado a construção da escola”, dizem.
O espaço escolhido para a concentração é o mesmo onde está prevista a escola, na quadra entre as ruas Alexandre Kozievitch, Cruzeiro do Sul 179, Dr. Alastair Murou e da Bandeira. “Faremos também o ato simbólico do ‘Tijolo inicial da obra!’, completam.
Impasse
A questão sobre as obras da nova sede da escola está no Conselho Municipal de Cultura, que recebeu um pedido de tombamento da área, formulado pelo Centro de Direitos Humanos. O andamento do pedido de tombamento ou não depende de um entendimento do Conselho de Patrimônio (CEPAC) depois de receber a instrução processual feita pelo setor técnico da Fundação Cultural.
O desembaraço do imbróglio é o passo inicial para o Instituto Água e Terra (IAT) se manifestar. O órgão afirma que ainda faltam documentos a serem enviados pela empresa vencedora da licitação e Prefeitura. As faltas teriam sido detectadas durante uma vistoria no local, informou o chefe regional, Carlos Piton. Só após o relatório final da Fundação Cultural será definido ou não o tombamento da área.