Corpo de Bombeiros já atendeu a quase dois mil acidentes, com 16 óbitos, neste ano em Foz
Com números alarmantes, o trânsito de Foz do Iguaçu voltou a ganhar um destaque negativo devido ao alto número de acidentes e mortes nas vias urbanas. De janeiro a outubro, segundo dados do Corpo de Bombeiros, foram registradas 1.990 ocorrências, que resultaram em quase 300 feridos graves e 16 óbitos.
Para tentar frear este índice, a comunidade local se uniu em um movimento que visa o desenvolvimento de estratégias que ajudem a aumentar a segurança, por meio da conscientização dos motoristas.
Para debater os casos e as ações, foi realizado um fórum neste sábado (18), às 9h, no Centro de Educação Infantil (CMEI) Guilherme Augusto Terres dos Santos, no bairro Morumbi. O encontro foi aberto a toda população e contará com a presença de lideranças, empresários e agentes públicos.
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O encontro está sendo promovido pelo Projeto Cidade Unida Salvando Vidas, que atua no município desde 2011, e conta com diversos parceiros, como o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), da Secretaria de Segurança Pública.
No fórum, que leva o nome de “Movimento Zero Mortes no Trânsito”, foi realizada a exposição de objetivos, criação de grupos de trabalho e apresentação dos integrantes do Programa Vida no Trânsito (PVT), marcando o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito.
“Uma das propostas do movimento é buscar a criação da lei municipal zero mortes no trânsito, que reunirá várias frentes de atuação, visando ouvir a sociedade e seus múltiplos atores. Também queremos discutir a instalação de um fundo para a educação no trânsito”, explicou um dos organizadores da iniciativa, Gilberto Ivan dos Santos.
Cidade Unida
O movimento Cidade Unida Salvando Vidas foi criado pelos empresários Ivan dos Santos e Lucilene Terres Oliveira, em 2011, em memória ao filho deles, Guilherme Augusto Terres dos Santos, de 6 anos, que morreu ao ser atropelado por um ônibus.
A iniciativa tem o objetivo de promover políticas públicas e ações que ajudem a reduzir a letalidade dos acidentes de trânsito em Foz e região. Em parceria com várias frentes e com o poder público, a ação já desenvolveu diversas atividades para conscientizar motoristas e pedestres pela paz nas vias urbanas.
Com a mobilização em prol de zerar as mortes no trânsito, o movimento quer agora expandi os trabalhos e tirar o município do ranking da violência. “O conceito zero mortes no trânsito nasceu na Suécia, em 1997, e desde então esse país tem sido referência porque conseguiu reduzir os óbitos. Lá, são três mortes para cada cem mil habitantes. Trazendo para a realidade brasileira, esse indicador chega a 20”, destacou Ivan.
Impactos
Além das perdas, que desestruturam famílias, os acidentes de trânsito causam um grande impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). No Paraná, o custo total apenas das internações hospitalares por lesões decorrentes de acidentes de trânsito foi de aproximadamente R$ 16 milhões em 2019. Já em 2022 passou para cerca de R$ 18 milhões.
No cenário, os motociclistas, seguidos dos pedestres e ciclistas são os grupos que representam cerca de 70% das internações por acidentes de trânsito no Estado. Campanhas de conscientização, como o Maio Amarelo, buscam alertar os motoristas para um trânsito mais consciente, com ações que ajudem a reduzir o número de acidentes e mortes.
Com isso, os recursos gastos com a recuperação de vítimas do trânsito podem ser destinados a outras ações na Saúde, como a realização de cirurgias e compra de equipamentos.