Consultório na Rua em Foz quer inclusão de pessoas em situação de rua no controle social do SUS

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Equipe do Consultório na Rua e representantes dos moradores de rua durante a XIV Conferência Municipal de Saúde

Equipe e representantes dos moradores de rua participaram, nos dias 24 e 25 de março, da XIV Conferência Municipal de Saúde

Incluir as pessoas que vivem em situação de rua no controle social do Sistema Único de Saúde (SUS) e nos programas de assistência social. As metas ousadas norteiam as ações do Consultório na Rua de Foz do Iguaçu, que vem mobilizando e orientando quem está vivendo na invisibilidade, à margem da sociedade. O grupo, que é vinculado a Atenção Primária à Saúde, já organizou um Fórum de População de Rua, participou junto com representantes do segmento da XIV Conferência Municipal de Saúde. As propostas apresentadas no evento foram aprovadas, com a escolha de um delegado para a estadual.

Adianta o GDia que em Foz do Iguaçu tem uma população de rua estimada em 500 pessoas cadastradas no programa Bolsa Família. O Consultório na Rua, criado em junho de 2021, é formado por profissionais das áreas da saúde e assistência social, que desenvolve ações voltadas para orientação e o cuidado à saúde de pessoas que vivem em situação de rua.

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O grupo é integrado por assistente e educador social, enfermeiro, médica, motorista, psicólogo, técnicas de saúde bucal e enfermagem e trabalha predominantemente nas ruas, tendo as Unidades Básicas de Saúde (UBS/ESF) como base de apoio.

O Consultório na Rua é uma equipe que desenvolve ações voltadas para a orientação e o cuidado à saúde de pessoas que vivem em situação de rua. Entre as ações realizadas, sob a coordenação de Larissa Menezes da Secretaria Municipal da Saúde, está o primeiro Fórum de População de Rua, em agosto de 2021, no Centro de Convivência do Idoso (CCI). Uma segunda edição, cuja organização já está em andamento, ainda não tem data e local definidos, informa Larissa.

Conferência da Saúde
O Consultório na Rua promove, no dia 9 de fevereiro deste ano, a primeira Pré-Conferência da Saúde para a população em situação de rua de Foz do Iguaçu. A etapa, necessária para permitir a participação na XIV Conferência Municipal de Saúde, foi realizada pela equipe em parceria com o Caps-ad III, buscando a inclusão desse segmento da população no controle social do SUS. As principais reivindicações fazem referência às dificuldades de acesso nos serviços de saúde, bem como à qualidade dos atendimentos prestados.

De acordo com a coordenadora, a partir da pré-conferência, foi possível inscrever oito pessoas como delegados e observadores, além de propostas a serem apreciadas na Conferência Municipal de Saúde, organizada pelo Conselho Municipal de Saúde (Comus) nos dias 24 e 25 de março, tendo como tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia”.

Pioneirismo
Pela primeira vez no município houve a participação de representantes da população em situação de rua com direito a voz e voto, afirma a coordenadora. Entre as propostas aprovadas, o destaque é a garantia do direito à equidade e ao atendimento prioritário. “A esse respeito, vale lembrar que outros segmentos da população também precisam de prioridade, por exemplo idosos, gestantes, entre outros, mas não sofrem as mesmas dificuldades de acesso como acontece com a população em situação de rua”, lembra Larissa.

“Muitas vezes essas pessoas são tratadas com as marcas do estigma e do preconceito, dificultando ou até mesmo impedindo o direito à saúde”, ressalta a coordenadora. Para o Consultório na Rua, segundo ela, é importante saber quais as dificuldades que essa população encontra e saber quais as propostas deles para solucionar essas dificuldades, além de ter visibilidade na rede de saúde sobre esse segmento específico da população e o serviço correspondente. “Para a população de rua, é importante no sentido da inclusão, da participação política, do sentimento de pertencimento”, concluiu.

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