O governador Carlos Massa Ratinho Junior recepcionou nesta quarta-feira (3), em São Paulo, o presidente do Centre Pompidou, Laurent Le Bon, que chega ao Brasil para o início das ativações do Centre Pompidou Paraná, que acontecem nesta semana em Foz do Iguaçu. A recepção foi organizada pela curadora Beatriz Yunes Guarita, uma das maiores colecionadoras de arte do País, e reuniu nomes ligados às artes plásticas, entre artistas, curadores e colecionadores, que celebraram a instalação do museu no Paraná.
O Estado será o primeiro nas Américas e no Hemisfério Sul a contar com um satélite do renomado museu francês, que será construído em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A instalação da unidade é fruto de uma parceria iniciada em 2021 pelo Governo do Estado e que foi oficializada em maio deste ano, em Paris.
Foz do Iguaçu passa a fazer parte da estratégia internacional do Pompidou, que mantém unidades em cidades como Málaga (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Xangai (China), Alula (Arábia Saudita) e, em breve, Seul (Coreia do Sul). “Decidimos colocar o Paraná na rota dos museus internacionais. E nada melhor como um lugar como Foz do Iguaçu, que tem essa joia que são as Cataratas do Iguaçu e que vê seu turismo crescer a cada dia”, disse Ratinho Junior.
“Sabemos que o mundo inteiro gostaria de ter um satélite do Pompidou, e a primeira do Hemisfério Sul será em Foz do Iguaçu. Ele vai elevar a cultura paranaense, brasileira e latino-americana a um outro patamar”, afirmou o governador.
Patrona há 16 anos do museu, e há cinco anos membro do Conselho Administrativo do Centre Pompidou, Beatriz Yunes acompanhou todo o processo para trazer o satélite ao Paraná. “É uma grande alegria por finalmente estar estreitando esses laços. Agradeço muito ao Governo do Paraná, que viabilizou esse projeto corajoso, que foi disputado com muitos outros países. O Brasil ganhou com excelência, graças à credibilidade do Paraná, que merece esse Pompidou”, disse.
“Estou acompanhando esse projeto incrível que está sendo feito no Paraná, de trazer o Pompidou a Foz do Iguaçu. É uma coisa incrível juntar turismo, arte, cultura em uma iniciativa de colaboração internacional e permeabilidade cultural”, afirmou o curador Marcello Dantas, um dos presentes na recepção. “Vai ser criado um ponto de encontro no Hemisfério Sul para uma instituição tão importante quanto o Centre Pompidou, em um lugar tão importante para o Brasil, que é Foz do Iguaçu. É incrível o que o governo está fazendo em tomar essa iniciativa audaciosa”.
Membro do Associação de Amigos do Centre Pompidou, o curador e pesquisador de arte contemporânea Paulo Miyada, curador-chefe e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake, destacou o processo coletivo de implantação do novo museu.
“É um museu que nasce como um território de conexões, como um museu-arquipélago entre a França e todos os países tocados e inclusos em sua coleção. E agora entre Brasil, Argentina e Paraguai, essa tríplice fronteira que é um espaço de infraestrutura, de natureza e também de encontro de gentes de várias partes do mundo”, disse.
Para a secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, a consolidação do projeto coloca o Paraná no mapa internacional das artes. “Esse é um momento de celebração. O Paraná firma definitivamente com o Centre Pompidou uma parceria que transforma sonho em realidade. Estamos consolidando as bases de um museu vivo, inovador e inclusivo, que dialoga com o mundo sem perder a força das raízes locais”, salientou.
Também participaram da recepção o secretário das Cidades, Guto Silva, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi, a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer (MON), Juliana Vosnika, a diretora de implantação do Centre Pompidou Paraná, Carolina Loch, a chefe de Consultoria Internacional do Centre Pompidou, Alice Chamblas, e a diretora de Comunicação da instituição, Geneviève Paire.
CONEXÃO
A Centre Pompidou Paraná será um espaço de conexão com a arte latino-americana – já que ficará localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina – e com a natureza, fazendo um intercâmbio com as Cataratas do Iguaçu. O projeto arquitetônico, assinado pelo arquiteto paraguaio Solano Benítez, interage com essas propostas. Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 2016, Benitez propôs uma construção que se integre ao território e valorize soluções de baixo impacto ambiental.
E uma programação especial, que deve envolver toda a comunidade de Foz do Iguaçu, vai marcar sua ativação. Entre quinta-feira (4) e sábado (6), uma série de atividades serão realizadas no pavilhão temporário montado no terreno onde será construído o museu, na Avenida das Cataratas, em frente ao Centro de Convenções. Serão oficinas, palestras e encontros com a comunidade, incluindo uma masterclass com Solano Benítez.

PROJETO
Com investimento estimado em cerca de R$ 200 milhões por parte do Governo do Estado, o museu será construído em um terreno cedido pela Motiva ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A previsão é publicar a licitação de obras ainda neste ano e a inauguração deve ocorrer em 2027. As secretarias das Cidades e do Planejamento são parcerias da iniciativa.
O espaço contará com uma praça pública, salas de exposição, áreas para espetáculos, ateliês educativos, biblioteca de pesquisa, laboratórios artísticos, loja e restaurante. A expectativa é que o público brasileiro tenha acesso a uma parte do acervo do Centre Pompidou, que reúne cerca de 140 mil obras de arte moderna e contemporânea, além de mostras que dialoguem com a produção cultural latino-americana e de outros países do Sul Global.
Inaugurado em 1977, o Centre Pompidou é um dos principais museus da França e um dos lugares mais visitados de Paris. Seu complexo complexo hospeda o Museu Nacional de Arte Moderna, a Biblioteca Pública de Informação e o IRCAM, um centro para música e pesquisas acústicas, entre outros equipamentos culturais. Também faz parte do centro cultural o Atelier Brancuși, que abriga esculturas do artista romeno Constantin Brancuși.
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