O procurador Deltan Dallagnol recebeu R$ 33 mil de uma empresa de tecnologia delatada na Operação Lava Jato e buscou levá-la a oferecer soluções para a Procuradoria da República no Paraná, de acordo com reportagem do site Intercept e do jornal Folha de S. Paulo. “A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção”, disse ele em vídeo para a companhia Neoway. “Isso nos faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data”, afirmou. (assista ao vídeo abaixo).
Dallagnol recebeu R$ 33 mil da Neoway quando ela já estava citada numa delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora.
A matéria destaca: “Quando finalmente percebeu que havia recebido dinheiro e feito propaganda grátis para uma empresa investigada pela operação que comanda no Paraná, o procurador confessou a colegas: ‘Isso é um pepino para mim’. Mas só escreveu à corregedoria do Ministério Público Federal para prestar ‘informações sobre declaração de suspeição por motivo de foro íntimo’ quase um ano depois, quando o processo foi desmembrado no STF e uma parte foi remetida à Lava Jato de Curitiba”.
“Não ficou só na palestra, realizada em março de 2018. Deltan também aproximou a Neoway de outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da Lava Jato. Ele chegou a gravar um vídeo para a empresa, enaltecendo o uso de produtos de tecnologia em investigações – a Neoway vende softwares de análise de dados”.