O deputado estadual Requião Filho usou o horário da Liderança da Oposição, na tribuna da Assembleia Legislativa, para uma crítica inspirada no livro “Pai Rico, Filho Nobre, Neto Pobre”, de Fernando Veríssimo.
“A Copel foi privatizada após ter sido erguida e construída com o suor de milhares de paranaenses. Hoje, ela sangra, mensalmente, pelos seus acionistas, que retiram cada vez mais um lucro maior e investem menos no estado do Paraná. O futura da Copel será um atendimento péssimo, um serviço de péssima qualidade e só não vai falir porque ela tem o monopólio, mas, em breve, estaremos aqui discutindo a retomada da Copel como empresa pública, após ela ter sido vilipendiada pelos seus acionistas”, declarou.
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Requião Filho acredita que seria preciso caminhar no sentido contrário, pegar essas empresas e, ao invés de vendê-las, investir fortemente para torná-las mais lucrativas. O deputado acredita que estamos queimando todas as conquistas do passado, sem olhar com cuidado para o futuro.
“No mesmo caminho vai a Petrobras. Pegamos um bem finito do nosso subsolo e privatizamos como se não houvesse amanhã. O mundo entra em guerra por causa do petróleo, enquanto a Petrobras paga dividendos incríveis para seus acionistas, às custas de um combustível caro e cada vez mais escasso. Nós sugamos da terra o futuro econômico e a competitividade do nosso país, privatizando e vendendo petróleo para estrangeiros, que estão acumulando, guardando e explorando esse bem que tem fim. Em breve, a Petrobras deixará de ter relevância econômica, e seremos mais um país, sem petróleo, sem voz, sem concorrência na geopolítica internacional. E a Compagás está indo no mesmo caminho”, alertou.
E encerrou, prevendo que esta queima do patrimônio público, daqui a pouco, trará resultados desastrosos:
“Pai Rico são aqueles vieram antes de nós, no Paraná. Filho Nobre são aqueles que, hoje, viajam mundo afora, em comitivas enormes, na primeira classe, vendendo as nossas empresas e tudo aquilo que seus antecessores construíram.”
“E o Neto será Pobre porque no futuro não teremos mais empresas estratégicas que geram riquezas. Ficaremos sem combustível, sem água, sem empresas estratégicas, enquanto o Paraná e o Brasil rasgam dinheiro. Amanhã quem irá chorar serão os nossos filhos, seus netos e as futuras gerações. Pensem nisso”, alertou.
Foto/ Eduardo Matysiak