Prefeito Chico Brasileiro entregou a maior honraria do município a Ana Carolina Zaina na noite de terça-feira (04)
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, entregou nesta terça-feira (4) a comenda Grã-Cruz Ordem das Cataratas à desembargadora Ana Carolina Zaina, presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT/PR).
A maior honraria concedida pelo município foi em reconhecimento à atuação da desembargadora na luta contra a exploração do trabalho infantil e o comprometimento em favor da defesa da cidadania e dos direitos dos trabalhadores nas esferas do judiciário paranaense e brasileiro, destacou Chico Brasileiro.
“A doutora Ana Carolina tem defendido Foz do Iguaçu em encontros nacionais e estaduais da Justiça do Trabalho e trazendo eventos do Judiciário para nosso município. Esta comenda é em reconhecimento àquelas pessoas que têm muito a acrescentar à vida dos iguaçuenses, é uma retribuição por tudo aquilo que ela fez por nosso município”, ressaltou.
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O prefeito agradeceu à Câmara de Vereadores por aprovar a homenagem e também conceder o título de Cidadã Honorária à presidente do TRT, entregue instantes antes da cerimônia da Grã-Cruz Ordem das Cataratas.
De acordo com Chico Brasileiro, a desembargadora tem se destacado pela sua atuação frente à Justiça do Trabalho no equilíbrio da sociedade e por tornar Foz do Iguaçu um centro de debates e encontros técnicos. “Também por articular ações sociais, que são imprescindíveis para a melhoria de vida e proteção de crianças e adolescentes. Que tenhamos um trabalho cada vez mais humanizado, de uma forma justa para as pessoas. É por este conjunto de serviços prestados, por toda grandeza do trabalho da doutora Ana Carolina que Foz do Iguaçu resolveu homenageá-la”.
Ao agradecer a comenda, a presidente do TRT propôs transformar Foz em símbolo no enfrentamento ao trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes. “É uma proposta muito importante porque a fronteira tem um histórico de trabalho infantil, é uma área geralmente mais problemática que outras regiões do Brasil e merece uma atenção especial”, afirmou Chico Brasileiro.
“Com apoio da Justiça do Trabalho e outras instituições irmanadas com a Prefeitura, Itaipu e governos estadual e federal, acredito que este trabalho terá um grande resultado e fará o município referência nesta questão”, comentou o prefeito, que estava acompanhado na cerimônia da primeira-dama Rosa Maria Jerônymo.
A vereadora Anice Gazzaoui, que propôs o título de Cidadã Honorária, disse que a desembargadora é uma grande mulher e que serve de inspiração para a maioria. “Este é um momento único em poder homenagear alguém tão especial como a doutora Ana Carolina, uma pessoa que luta incansavelmente pelo direito de toda mulher poder se expressar livremente e de ser feliz e independente”, destacou a parlamentar.
Luta pela inclusão
A desembargadora Ana Carolina afirmou que a comenda recebida merece “respeito e profunda gratidão”. “Acredito sinceramente que essa homenagem que tanto me distingue e me honra, deve ser tributada ao TRT, que através dos programas de inclusão digital Roberto Dala Barba e de Erradicação do Trabalho Infantil e de Estímulo a Aprendizagem me trouxeram essa visibilidade, que muito me engrandece. Com certeza prossigo convicta acerca da meritória causa que é resgatar da vulnerabilidade crianças e adolescentes”.
Natural de Curitiba, a presidente do TRT afirmou que se sente uma “cidadã de Foz do Iguaçu por laços do coração”, o que a fez lembrar da lenda de Naipi (e Tarobá). “As Cataratas do Iguaçu são as lágrimas de Naipi. Toda mãe chora por um filho perdido”, afirmou.
Na avaliação da desembargadora, a Justiça do Trabalho tem um perfil eminentemente social, é a Justiça dos desempregados, na parte daqueles que na expressiva maioria são os autores das ações trabalhistas. “Então, retirado o estado do juiz trabalhista do cidadão, é um crime na minha modesta e respeitosa opinião aos que entendem o sentido contrário. A Justiça do Trabalho é uma justiça do povo e deve estar onde o povo está. Não deve ser medida sua presença pelo número de ações e sim pela presença do estado do juiz junto ao cidadão”.
Chaga social
Ana Carolina afirmou que as recentes notícias de trabalhadores encontrados em situações análogas a escravidão, é uma “chaga social” e, assim como a exploração do trabalho infantil, sobretudo a exploração do trabalho sexual de crianças e adolescentes é um resgate que precisa ser feito pelo poder judiciário e também por toda a sociedade. “É preciso que se denuncie quando se localizarem essas situações de indignidade. São crimes”, disse.
Para a desembargadora, o Brasil avançou, “diante daquilo que partimos”, no combate ao trabalho escravo, especialmente do período em que o trabalho era destinado aos escravos e eles eram tratados como coisa (objetos) que herdávamos. “Deste ponto de vista, muito se avançou, mas para onde almejamos chegar, que é um patamar de dignidade, de fraternidade, de felicidade, de igualdade, de oportunidades, há um abismo a vencer”, completou.
Currículo
A desembargadora Ana Carolina se destaca na promoção de oportunidades para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Uma das ações, ao lado de outros atores, é no Programa de Inclusão Digital e Cidadania Roberto Dala Barba, do TRT-PR. Graduada em Direito pela Faculdade de Curitiba (1984) – atual UNICURITIBA, tem especialização em Direito do Trabalho pela UniBrasil (2004) e Economia do Trabalho pela Unicamp (2008). É mestre em Direito Empresarial e Cidadania pela UNICURITIBA.
A presidente do TRT esteve à frente da Comissão de Responsabilidade Socioambiental entre 2005 e 2018. Também atuou na vice-diretoria da Escola Judicial (2012-2013) e vice-presidência do TRT paranaense (2013-2015). Hoje preside o Comitê de Estratégia e Gestão Participativa e o Tribunal Regional da 9° Região (biênio 2021-2023) e tem contribuído ativamente em diversas melhorias sociais que estendem ao estado inteiro, sendo uma fonte de melhoria para o judiciário nas camadas sociais.
A cerimônia de entrega da comenda contou com participação dos vereadores Rogério Quadros, Alex Meyer, Kalito Stoeckl e Net Patrício, secretários municipais, a desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, autoridades e lideranças políticas e sociais de Foz do Iguaçu.