Moradores voltaram a protestar cobrando respostas da Caixa Econômica
A desocupação do Condomínio Residencial Duque de Caxias, por suposto risco de desabamento, completa um ano nesta quarta-feira (4), sem uma solução definitiva para as famílias. Para lembrar a data, os ex-moradores promoveram, a partir das 8h30, uma manifestação em frente à Caixa Econômica Federal da Rua Marechal Floriano Peixoto, no centro de Foz do Iguaçu, informa Ronildo Pimentel no GDia.
O Residencial Duque de Caxias, na região do bairro Morumbi, é formado por 17 blocos de apartamentos, que abrigavam 136 famílias. Elas pagavam mensalidades de R$ 25 a R$ 80, dependendo da renda per capita. As obras das estruturas foram concluídas em outubro de 2012, após um investimento de R$ 6 milhões em recursos financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
Logo após a inauguração começaram as reclamações sobre rachaduras e infiltrações. O local precisou ser desocupado rapidamente no início do ano, após estudos comprovarem que os prédios poderiam desmoronar a qualquer momento. As estruturas permanecem como estavam há um ano. A demolição, que já está definida pela Caixa, depende da conclusão de nova vistoria técnica e aprovação da Justiça Federal.
Contexto
No dia 26 de agosto do ano passado, um grupo de moradores do Duque de Caxias promoveu uma manifestação para denunciar uma suposta quebra de acordo, o que levava à inclusão de seus nomes em serviços de proteção ao crédito. O banco, segundo eles, havia assumido compromisso de não cobrar as mensalidades enquanto não se chegar a uma solução.
De acordo com a síndica do condomínio, Eliana da Silva Pereira, os moradores esperam “muitas” respostas da Caixa Econômica, especialmente sobre a futura casa própria. Ela lembrou que existem famílias que saíram dos apartamentos, mas que não estão recebendo o aluguel social de R$ 890, para garantir uma nova moradia.
O grupo quer saber também “a respeito da perícia” e acusa o banco de não estar “cumprindo o que falaram na reunião”. Ela confirmou que as cobranças das prestações, motivo da primeira manifestação, foram encerradas “depois do Dr. Almir (Santos, advogado) fazer muitas reuniões com o diretor da Caixa”, disse.
Ainda de acordo com a síndica, o grupo de famílias tem mantido reuniões frequentes, uma vez que entendem que “a união de todos” é o melhor para cobrar uma solução e a casa própria. Na última reunião ficou definido pela nova manifestação, ressaltou Eliana.
Judiciário
Ao GDia, o advogado Almir Santos (foto abaixo) disse que a solução depende de uma “posição do poder Judiciário, para que possamos garantir os direitos constitucionais dos moradores, que é a propriedade”. De acordo com ele, cabe ressaltar que a Caixa “violou todos os direitos previstos no Código Defesa do Consumidor, e não cumpriu o que foi pactuado na reunião com os moradores”.
Em relação ao aluguel social, ele informou que todos os seus clientes estão recebendo. “Mas não existe nem uma garantia jurídica de que eles vão continuar recebendo esses valores. Precisamos de um posicionamento do judiciário para que seja garantido os direitos dos moradores”, afirmou.
“Não podemos fechar os olhos para uma situação grave dessas só porque é a Caixa”, ressaltou. Ele confirmou que o banco não tem se manifestado se vai continuar pagando o aluguel, vai construir, reformar ou indenizar o pessoal. “Não tem falado nada”, completou. A reportagem tentou conversar com o banco, mas até o fechamento da edição, não teve retorno.
Fotos: Edilma Duarte