As gravações da segunda temporada da série “DNA do Crime” da Netflix, inspirada no assalto cinematográfico à sede da Prosegur em Ciudad del Este, no Paraguai, interditaram no final de semana um trecho da PR-497 entre São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia e Missal.
A interrupção no tráfego pegou de surpresa condutores de veículos de passeio e caminhões que transportam cargas e produtos agrícolas na região do Lago de Itaipu. O crime, enredo da produção, foi praticado em 2017 por aproximadamente 40 assaltantes, movimentando as forças policiais de Brasil, Paraguai e Argentina.
A interdição da rodovia, de acordo com relato de moradores, começou às 8h e seguiu até às 17h do domingo (16). A interrupção do tráfego ocorreu no perímetro do Balneário Ipiranga, a prainha de São Miguel do Iguaçu. O acesso para Itaipulândia e Missal foi desviado para a PR-495.
As imagens do local divulgadas pela imprensa da região, mostram um grande número de pessoas, incluindo atores protagonistas e figurantes, diversos veículos, equipamentos e a equipe de produção da série, ainda sem data prevista para estrear.
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A segunda temporada do “DNA do Crime” foi confirmada após o estrondoso sucesso da primeira temporada, que estreou na Netflix no dia 18 de novembro do ano passado. A produção é baseada em uma ação policial que tem como enredo o chamado “assalto do século”, que teve como alvo a sede da transportadora de valores Prosegur em Ciudad del Este, vizinha de Foz do Iguaçu na fronteira entre Brasil e Paraguai.
O crime, que impactou a opinião pública na Tríplice Fronteira (incluindo a Argentina), foi praticado por aproximadamente 40 marginais fortemente armados, a maioria brasileiros que supostamente retornaram ao país pela Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu e pelas águas do Lago de Itaipu. O assalto ocorreu na madrugada do dia 24 de abril de 2017.
Ação e reação
Após o ataque a empresa, os marginais fortemente armados fugiram levando mais de US$ 11,7 milhões, aproximadamente R$ 70 milhões, na cotação da época. As investigações conjuntas entre a Polícia Nacional do Paraguai e a Polícia Federal, batizada de Operação Resposta Integrada, indicam que o maior assalto da história do país vizinho foi praticado por membros de uma facção criminosa do Brasil.
Na ação foram utilizados explosivos para arrombar o cofre da empresa, que fica a cerca de quatro quilômetros da Ponte da Amizade. O crime durou mais de três horas e, no confronto com os bandidos, um policial que fazia segurança particular à transportadora acabou morrendo. Na fuga, vários carros blindados usados pela quadrilha foram abandonados. Segundo a polícia, parte do bando cruzou a fronteira pelo Lago de Itaipu e se dividiu por municípios brasileiros como Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu, onde houve confrontos.
Sucesso
A primeira temporada da série retratou toda a investigação que aconteceu no Brasil em 2018, incluindo a utilização de material genético para desvendar o caso. Apesar de não ser uma prática comum, o uso das amostras de DNA serviram para clarear as investigações e ajudar a polícia a chegar rapidamente aos culpados. Por essa razão, em 2020, o país recebeu o DNA Hit of the Year, um prêmio dado justamente a iniciativas que usam banco de dados genéticos para resolver e prevenir crimes.
Após o assalto de proporções épicas, os policiais federais de Foz do Iguaçu empreendem uma investigação complexa para prender os responsáveis. É a partir daí que eles decidem usar amostras de DNA coletadas e descobrem um fio que conecta o roubo no país vizinho com outros crimes posteriores, o que faz com que desvendem um plano ainda maior envolvendo criminosos dos dois países. Na série não faltou cenas de ação com sequências de confrontos com muitos disparos, intrigas e uma dose de romance. A obra foi dirigida por Heitor Dhalia.
