Apenas 29% dos postos de Foz do Iguaçu repassaram redução na gasolina após desconto da Petrobras

Levantamento realizado pela UNILA revelou que a maioria dos estabelecimentos mantiveram os valores da gasolina inalterados

gasolina
Foto: Arquivo Diário de Foz

Um levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa em Mobilidade e Matriz Energética da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) mostra que, mesmo após a redução de R$ 0,17 por litro anunciada pela Petrobras em 3 de junho, apenas cerca de 29,17% dos postos de combustíveis de Foz do Iguaçu reduziram o preço da gasolina, sendo que apenas um estabelecimento aplicou o desconto integral.

O estudo, conduzido entre os dias 1º e 21 de junho, monitorou 96 postos em cinco cidades do Oeste do Paraná: Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Medianeira e Marechal Cândido Rondon. Dentre essas, Marechal Cândido Rondon se destacou positivamente, com 75% dos postos reduzindo seus preços, muitos já no dia seguinte ao anúncio da Petrobras.

Em contraste, em Foz do Iguaçu a redução nos preços só começou a aparecer, no primeiro estabelecimento, três dias após o anúncio; em outros, o repasse só ocorreu a partir do quinto dia. Casos semelhantes foram observados em Cascavel, Toledo e Medianeira.

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Segundo o coordenador da pesquisa, professor Ricardo Hartmann, do curso de Engenharia de Energia, “o reajuste para cima costuma ser imediato, mas quando há redução, o repasse demora ou não acontece”. Hartmann enfatiza ainda que a fiscalização deficiente por parte do Procon e da ANP favorece esse cenário, deixando o consumidor desinformado.

Comparando os dados de 2022 a 2025, o estudo aponta uma estabilização do mercado de combustíveis, com reajustes mais espaçados e menores, tanto para altas quanto para baixas nos preços, e com a Petrobras menos sujeita às oscilações internacionais.

A pesquisa utilizou como base os dados do aplicativo Menor Preço, parte do programa Nota Paraná, que permite o monitoramento diário dos valores praticados nos postos por até 30 dias, sistema considerado confiável por exibir os preços automaticamente quando o consumidor fornece o CPF na nota fiscal.

Embora o estudo não comprove formalmente a existência de cartel, os resultados indicam indícios de alinhamento de preços entre os postos. Hartmann ressalta que uma investigação formal por órgãos de defesa do consumidor seria necessária para confirmação.


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