Educadores aprovam greve e não retomarão aulas on-line ou presenciais em fevereiro

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(Foto da paralisação em 2019: Marcos Labanca)

Professores e funcionários exigem retomada de direitos retirados. Categoria avaliou em assembleia não haver condições sanitárias para o trabalho nas escolas e cobra vacina

Sem a ampla oferta de vacina contra a covid-19, segurança sanitária e restabelecimento de direitos retirados pelo governo, educadores da rede estadual de educação não retomarão o ano letivo em fevereiro, na modalidade remota, presencial ou “híbrida”. A categoria aprovou greve geral a partir de 18 de fevereiro, em assembleia nesse sábado, 23.

Participaram da plenária virtual cerca de 1,1 mil profissionais de todo o Paraná. Professores e funcionários avaliaram que começar o ano letivo sem imunização e segurança é colocar a vida dos trabalhadores, estudantes e suas famílias em risco. Também não abrem mão de reaver os direitos que estão sendo retirados pelo governo.

A classe denuncia que o governo impôs uma data para o retorno das aulas sem dialogar. E os estabelecimentos de ensino não estão adequados nem receberam investimentos para essa retomada, mantendo uma infraestrutura física que conduz a aglomerações.

“O objetivo maior, neste momento, deve ser a preservação da vida e da saúde”, enfatiza o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Isso está sendo ignorado pelo Governo do Paraná ao impor a volta às aulas sem vacina e sem segurança sanitária”, pontua.

O representante dos educadores relembra decisões adotadas em outros lugares que levaram ao colapso da saúde devido ao aumento de casos de covid-19. “O que Ratinho Junior e o secretário Renato Feder pretendem já foi feito no Amazonas, e o resultado foi uma catástrofe, com alto custo humano”, reflete.

Diego enfatiza que a paralisação terá início no dia 18 de fevereiro, por isso não ocorrerão aulas presenciais, remotas ou no modelo “híbrido” que vem sendo propagandeado pelo governo. “É uma greve pela vida e por direitos. Uma pauta está ligada à outra”, sublinha.

Direitos dos educadores

Sob o lema “Educadores em defesa da vida, da escola pública, do emprego e dos direitos”, a greve pauta direitos trabalhistas que estão sendo suprimidos. No campo educacional, enfatiza a oposição da categoria a medidas de desmonte do ensino público que estão sendo adotadas pelo governo e a Secretaria de Estado da Educação (Seed).

O governador Ratinho Junior (PSD) suspendeu recentemente a reposição salarial de 1,5%, prevista para este mês de janeiro, resultante do acordo para o fim da greve de 2015. Congelou carreiras, militarizou escolas e cortou aulas das disciplinas de Artes, Filosofia e Sociologia.

“O governo também teima na terceirização, demitindo funcionários de escola para a contratação de empresas”, frisa Diego Valdez. “Além de não gerar economia e piorar os serviços, é uma atitude muito perversa de Ratinho Junior”, complementa.

Conforme o dirigente sindical, a denúncia sobre falta de trabalho entre os educadores faz parte da pauta. “A partir da desorganização escolar e sem a abertura de concurso público, o governo está causando o desemprego de aproximadamente 30 mil professores temporários, os PSSs”, expõe.

A assembleia também aprovou a reivindicação da inclusão de professores e funcionários da educação no grupo prioritário de vacinação contra o novo coronavírus. A categoria quer debate sobre as condições de estrutura, ensino e aprendizagem das aulas remotas.

(APP-Sindicato/Foz)

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