Candidata a prefeita pela coligação Renova Foz é a nona e última na série de entrevistas exclusivas do Cabeza News
O descaso que tem visto pela cidade, seguidos de muitas reclamações que ouve das pessoas, foi o principal motivador para a técnica em enfermagem Tatiana Felisberto Fruet a participar das eleições para prefeitura de Foz do Iguaçu pelo Pros. Esposa do deputado estadual Soldado Fruet, Tatiana encabeça a coligação “Renova Foz”, que tem como vice Gustavo Tramontin.
No início da campanha, a candidata gerou polêmica ao anunciar a transformação em diretorias das secretarias de Obras e Educação o FozHabita e a Fundação Cultural, respectivamente. Nesta entrevista, Tatiana Fruet voltou a afirmar que vai extinguir as secretarias “que hoje funcionam apenas para abrigar comissionados”. Na lista delas, as primeiras que aparecem são Direitos Humanos e Tecnologia da Informação.
“Cada secretário custa, apenas ele, em salários R$ 200 mil por ano”, revela. De acordo com a candidata, caso eleita, vai extinguir ainda com os 124 cargos de assessores vinculados ao Gabinete do Prefeito. “Esses cargos serão extintos e apenas eles, já garantem R$ 6 milhões de economia a cada ano”, disse ela, ao falar como pretende cortar gastos da máquina pública.
Na série que marca os dois anos do Cabeza News, Tatiana fala ainda sobre como pretende combater o desemprego que aumentou com a pandemia do Coronavírus, a possibilidade de um Lockdown para enfrentar o avanço da doença, turismo e matrizes econômicas, como pretende tratar o serviço de transporte coletivo, o aproveitamento dos jovens recém-formandos das universidades, a futura vacina contra a Covid-19, entre outros.
Cabeza News – Quando se fala em reduzir gastos da Prefeitura, cortar pastas e servidores sempre vem a tona. Como será seu governo com a categoria?
Tatiana Felisberto Fruet – Quando falamos em enxugar a máquina pública tem que ficar claro que isso não significa cortar serviços públicos, pelo contrário, significa centralizar as ações do município poupando tempo ao cidadão e recursos públicos ao Município.
Extinguiremos secretarias que hoje funcionam apenas para abrigar comissionados, como a de direitos humanos e a de tecnologia da informação. Cada secretário custa, apenas ele, em salários custa 200 mil reais por ano. O dinheiro público merece respeito e nós faremos isso com a reestruturação administrativa.
Além disso 124 cargos de assessores vinculados ao Gabinete do Prefeito é um absurdo, um tapa na cara do cidadão. Esses cargos serão extintos e apenas eles, já garantem 6 milhões de economia a cada ano.
Hoje temos mais de 5.500 servidores de carreira, a imensa maioria comprometida com seu trabalho, capacitada, dedicada, então porque não os aproveitar para ocuparem os cargos de chefia, direção e assessoramento?
Nós valorizaremos o servidor com a reforma administrativa. Não temos grandes alianças partidárias que exigem compromisso pós-eleição, principalmente com a distribuição de cargos. Faremos um governo enxuto e comprometido com o servidor de carreira e com a população iguaçuense.
A fila por cirurgias eletivas aumentou na pandemia. Como reduzir ela, sem prejudicar as ações de enfrentamento a Covid-19?
Tatiana Fruet – As filas na saúde são um problema de gestão, não apareceram por causa da pandemia, o COVID é apenas utilizado como desculpa para a incompetência administrativa.
Faremos mutirões para zerar as filas por consultas especializadas, exames e cirurgias e faremos isso apenas com a economia que será gerada com a contratação direta de profissionais sem intermediação de empresas que esse ano foram contratadas por inexigibilidade de licitação, ao bel prazer do presidente da fundação de saúde.
Porque pagarmos para uma empresa administrar se podemos pagar diretamente os médicos? Pensem que se apenas 10% do custo for administrativo, estamos falando de cerca de 5 milhões de reais por ano.
Com esse valor se pagam 50 mil consultas especializadas ou 10 mil tomografias, ou ainda 10 mil endoscopias ou cerca de 1.200 pequenas cirurgias. O que quero demonstrar com isso? Quero mostrar a população que o dinheiro é mal investido e não precisamos de mais para resolver o problema, precisamos tão somente de gestão e é isso que faremos.
Diante de um virtual aumento de casos e internamentos, o senhor descarta um lockdown em Foz, caso eleito?
Tatiana Fruet – Sempre fui contra o lockdown e isso é notório e público, pois me manifestei muito a respeito disso nos últimos meses. Lockdown em Foz do Iguaçu, como foi feito, nunca mais. A prefeitura conseguiu quebrar muitos comerciantes por não ter competência para realizar um programa de prevenção e ação decente.
Claro que ninguém esperava a pandemia, mas é justamente aquilo que ninguém espera que mostra se o gestor tem competência administrativa ou não. No caso de nossa cidade ficou claro a falta de competência especialmente no que se refere a conversar com a população, com o comércio e com os profissionais do turismo duramente atingidos pelo lockdown.
O turismo a principal matriz da economia de Foz. Tem como diversificar com outras matrizes e quais seriam estas?
Tatiana Fruet – Claro que tem. O turismo é nosso carro chefe, mas nós investiremos para criar um pólo industrial que realmente atraia novas empresas para nossa Cidade. Também investiremos pesado na atração de empresas de tecnologia que geram milhares de empregos e podem atender a demanda de nossos jovens por emprego.
Como mãe, sinto dor quando ouço de outra mãe que seu filho foi embora para trabalhar. Estamos em uma das maiores cidades do Estado e assistimos pacificamente esse êxodo para outras cidades as vezes muito menores que a nossa.
O presidente Bolsonaro tem sido cobrado internacionalmente em função de sua política ambiental. Qual o seu projeto para o meio ambiente de Foz?
Tatiana Fruet – Não vou entrar no mérito da diplomacia internacional, mas aqui em Foz, uma cidade conhecida internacionalmente por suas riquezas naturais não podemos admitir tamanho abandono.
Nossas nascentes estão morrendo, nossos bosques abandonados, o lixo toma conta de nossas ruas, terrenos baldios criando mosquitos da dengue, enfim, cuidar do meio ambiente é uma questão urgente pois ela liga-se diretamente a saúde.
Foz do Iguaçu irá cuidar de sua maior riqueza, a natureza. A população se orgulhará do cuidado ambiental que teremos em nossa gestão.
A crise econômica provocada pela pandemia fez aumentar o desemprego em todo país. Como seu governo vai agir de fato para gerar emprego e renda em Foz?
Tatiana Fruet – Primeiro valorizaremos as empresas locais. Criaremos novos polos comerciais como o da Vila Portes e novas oportunidades no Turismo com o uso efetivo do Centro de Convenções. Temos um dos maiores centros de convenções do País e até hoje a única coisa que ele trouxa para Foz foi um prejuízo de 24 milhões de reais.
Atrairemos grandes eventos como o Salão Duas Rodas, por exemplo, apenas esse evento atrai mais de 120 mil pessoas por semana, pensem quantos novos empregos isso geraria? Temos capacidade de ter ao menos um grande evento como esse no Centro de Convenções a cada mês.
Além disso estamos conversando com empresas de tecnologia que já demonstraram interesse em se instalar na nossa Cidade, em resumo, nossos estudos apontam a possibilidade de retomada dos 30 mil empregos diretos e indiretos perdidos esse ano e ainda a criação de mais 5.000 postos de trabalho no primeiro ano de administração.
Em breve a segunda ponte com o Paraguai fica pronta. Qual o seu plano municipal para reduzir os impactos negativos na região do Porto Meira?
Tatiana Fruet – Impactos negativos??? Vemos a segunda ponte como um fator de desenvolvimento do Porto Meira. Assim como o polo comercial que implantaremos na Vila Portes, temos um projeto de turismo comercial voltado ao Porto Meira e a segunda ponte vai ajudar nesse projeto.
Foz tem avançado como polo educacional do ensino superior. Como seu governo vai aproveitar o potencial dos jovens que se formam todos os anos?
Tatiana Fruet – Uma das maiores bandeiras de nosso plano de governo é a geração de empregos para que os jovens que estudam em nossa cidade possam aqui se estabelecer profissionalmente, iremos buscar juntos a empresários e industrias a abertura de postos de emprego para que esses jovens demonstrem seu potencial e continuem vivendo em nossa Cidade.
O transporte coletivo tem sido alvo de constantes críticas da população de Foz. Objetivamente, como seu governo vai desatar este nó?
Tatiana Fruet – Fazendo valer o contrato. O consorcio sorriso descumpriu cláusulas, rompe o contrato como se faria em qualquer lugar do mundo, mas aqui em Foz, os interesses dos grupos políticos que dominam a cidade a 30 anos são os mesmos interesses do consorcio, ninguém se preocupou com a população.
Nós iremos reduzir a passagem para R$ 2,60, criar a passagem a R$ 1,70 nos finais de semana, determinar que todos os ônibus tenham ar condicionado e que novos pontos e linhas sejam implantadas. O transporte deve se adequar a necessidade da população e não a população se adequar a vontade do consorcio sorriso.
Existem várias vacinas em desenvolvimento contra o Coronavírus. A mais adiantada é pesquisada pelo Butantan com laboratório chinês. Qual seu entendimento sobre a doença e o futuro medicamento?
Tatiana Fruet – Olha, sendo bem realista e direta, essa decisão partirá do Ministério da Saúde e da ANVISA, imagino que os Governadores sejam ouvidos, mas pensar que algum prefeito terá ingerência nessa decisão é ingenuidade. O que espero é que essa vacina chegue logo não só a Foz, mas ao mundo todo para que possamos voltar à normalidade.
Quanto ao entendimento sobre o COVID sabemos da gravidade da doença, mas sempre analiso ela e destaco que muitas outras doenças estão matando em número muito maior aqui em Foz, como é o caso da dengue. Claro cuidados com o COVID são necessários, mas não podemos deixar de pensar na saúde como um todo.
