Eleições 2024: Paulo Mac Donald defende “revolução na saúde” e mais gestão em Foz do Iguaçu

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Em entrevista ao Diário de Foz, em colaboração com o Blog do jornalista Esmael Morais, Paulo Mac Donald, candidato à prefeitura pelo Partido Progressista (PP), detalhou seu plano de governo e discutiu questões relevantes nas áreas de saúde, educação, mobilidade e cultura.

O projeto fundamental levantado pelo candidato foi uma “revolução na saúde”, apontando melhorias para diminuir as filas de espera, aumentar os pontos de acesso à saúde básica e utilizar tecnologias, como inteligência artificial e telemedicina, para modernizar e aumentar a eficiência dos atendimentos. 

Ao relembrar seu período como prefeito de Foz do Iguaçu, de 2005 a 2012, Paulo Mac Donald abordou as obras realizadas na área da educação durante seu governo e discutiu projetos futuros para o setor, dando ênfase à proposta de implantar o ensino em tempo integral para crianças de seis meses a dez anos.

As sabatinas com os candidatos à prefeitura de Foz do Iguaçu são uma iniciativa conjunta do Diário de Foz e do Blog do Esmael. As entrevistas serão divulgadas nos próximos dias com a seguinte ordem:

  • General Silva e Luna (PL) – 19 de agosto
  • Paulo Mac Donald (PP) – 26 de agosto
  • Jurandir de Moura (PSOL) – 29 de agosto
  • Airton José (PSB) – 2 de setembro
  • Zé Elias (União Brasil) – 5 de setembro
  • Sâmis da Silva (PSDB) – 9 de setembro

Nascido em Urussanga, Santa Catarina, Paulo Mac Donald Ghisi é formado em Engenharia Civil pela Universidade do Paraná (UFPR), concorreu ao cargo de Deputado Federal pelo Paraná em 2002 e 2022 e disputou a prefeitura de Foz do Iguaçu cinco vezes, sendo eleito em 2004 e reeleito em 2008. 

O candidato também enfatizou a necessidade de redimensionar o transporte público e propôs uma linha direta entre a prefeitura e a população para mapear e reparar possíveis problemas estruturais.

“Nós precisamos usar a tecnologia, a competência e a eficiência em todos os setores do serviço público”, disse. 

Confira a entrevista na íntegra abaixo:


[Diário de Foz]:
Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre quais são os principais temas e propostas que quer trazer para a população de Foz do Iguaçu e qual é o projeto de cidade que considera essencial para Foz.

Paulo Mac Donald:
Olha, eu acho que o gestor tem capacidade de intervir diretamente na vida de cada cidadão, em detalhes importantes. Vou contar alguns exemplos. Aqui em Foz, há um colégio onde os pais, ao deixarem os filhos, precisam contornar um grande quarteirão porque uma ligação intermediária está fechada sem motivo. Todo dia eles têm que dar essa volta, o que gera um desperdício de tempo e combustível, além de atrapalhar o trânsito. Quem pode resolver isso é o gestor. Ao ouvir a comunidade e identificar esses problemas, o gestor pode agir de forma eficaz. Isso será uma das primeiras medidas que vou tomar se for eleito.

Outro exemplo envolve a escola Três Bandeiras. A quadra dessa escola não tem cobertura e a sala de informática não possui grades para proteger os equipamentos. Esses problemas impactam diretamente os alunos, como a Valentina, que pediu durante a campanha para resolver essas questões. É papel do gestor agir rapidamente para garantir que as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade e possam usar os recursos disponíveis.

E tem também a questão da saúde. Há crianças na fila para cirurgias simples, como a de adenoide, há dois anos. Isso afeta o crescimento e o bem-estar das crianças. Um bom gestor deve acompanhar de perto essas filas e buscar soluções rápidas. A saúde precisa de uma revolução, utilizando toda a tecnologia disponível, como inteligência artificial e telemedicina, para acabar com as filas de espera.

[Diário de Foz]:
O senhor toca em assuntos muito importantes, que vamos discutir mais a fundo nas próximas perguntas. O senhor mencionou mobilidade, que é um tema crucial. O contrato com a Viação Santa Clara para o transporte público em Foz termina em 2025. Quais são seus planos para melhorar o transporte público e, talvez, até implementar a tarifa zero?

Paulo Mac Donald:
Primeiro, precisamos estudar as linhas e os horários de pico. Não faz sentido um ônibus grande transportar apenas cinco pessoas. Vamos redimensionar a frota e utilizar veículos menores nos horários de menor demanda. A tecnologia pode nos ajudar a otimizar as rotas e reduzir custos, possibilitando estudar a implementação de uma tarifa zero. Além disso, a mobilidade urbana precisa ser melhorada, com semáforos inteligentes que adaptem o tempo de abertura de acordo com o fluxo de veículos.

[Diário de Foz]:
Durante a nossa pergunta de abertura sobre o projeto que o senhor enxerga para Foz, o senhor falou bastante sobre a questão da educação. Os professores da rede pública municipal recebem menos do que o piso salarial estipulado para a categoria, R$ 543 a menos. Nos últimos meses, vimos tramitar na câmara um projeto do atual prefeito para pagar essa diferença salarial com o abono, o que não foi aceito pela categoria docente, por não implicar nos direitos trabalhistas e previdenciários. Quais são os planos do senhor para valorizar os profissionais da educação e garantir o pagamento do piso salarial?

Paulo Mac Donald:
Veja bem, pagar o piso salarial é uma obrigação. Não há o que discutir nesse ponto. Durante meu mandato anterior, tive uma boa relação com os professores e conseguimos melhorar significativamente a qualidade da educação em Foz. Investimos em infraestrutura, como ar-condicionado nas salas, e também em centros de convivência com atividades extracurriculares. Pretendo retomar o diálogo com os professores e encontrar soluções que atendam às suas reivindicações, sempre buscando melhorar as condições de trabalho e o aprendizado dos alunos.

[Diário de Foz]:
O senhor falou sobre saúde e mencionou o hospital municipal, que passará por um processo de federalização, tornando-se um hospital universitário vinculado à UNILA. Qual é o seu posicionamento em relação a essa federalização e quais são as questões urgentes da saúde em Foz?

Paulo Mac Donald:
O hospital municipal está em condições críticas. Precisamos de uma gestão eficaz para resolver problemas básicos, como falta de portas nas salas de cirurgia e ar-condicionado. Quanto à federalização, vamos analisar com cuidado, mas também temos um projeto para construir um hospital infantil e maternidade. A saúde em Foz precisa de um choque de gestão, utilizando tecnologia e uma abordagem mais humana para resolver os problemas. As UPAs, por exemplo, estão sobrecarregadas. Vamos investir na saúde básica e estender o horário de funcionamento dos postos de saúde para aliviar as UPAs e melhorar o atendimento à população.

[Diário de Foz]:
Falando um pouco sobre cultura, o senhor mencionou durante a pré-campanha sobre as Olimpíadas da Arte e do Saber que existiam em Foz. Quais são os seus planos para aumentar os centros de cultura e facilitar o acesso à cultura na cidade?

Paulo Mac Donald:
A cultura é essencial para a formação dos cidadãos. Pretendemos transformar cada escola em um centro cultural, aberto nos fins de semana para a comunidade. As escolas terão acesso a informática, atividades esportivas e culturais. Vamos construir mais centros de convivência, oferecendo uma infraestrutura que permita à comunidade praticar esportes, assistir a filmes e participar de atividades culturais. Queremos que a cidade respire cultura e que as pessoas tenham orgulho de viver aqui.

[Diário de Foz]:
O senhor fala agora sobre o futuro. O turismo é um dos pilares econômicos de Foz, mas vem enfrentando desafios, como a menor divulgação da cidade e a capacidade reduzida do aeroporto em relação ao período pré-pandemia. Quais são seus planos para o turismo em Foz e para expandir e consolidar esse setor?

Paulo Mac Donald:
O turismo de eventos e o turismo de compras são fundamentais para a nossa economia. Precisamos melhorar a infraestrutura viária, garantir que nossas estradas estejam em boas condições e que a experiência dos turistas seja positiva. A PR 469, por exemplo, precisa ser finalizada. Além disso, precisamos investir em divulgação. Foz tem um enorme potencial e precisa ser promovida como um destino de qualidade. Vamos trabalhar com o setor privado e buscar parcerias para fortalecer o turismo em nossa cidade.

[Diário de Foz]:
Recentemente, Foz foi classificada como a oitava cidade mais cara para se viver no Brasil, especialmente em relação ao custo da moradia. O senhor mencionou a necessidade de moradias populares e combater a especulação imobiliária. Poderia falar mais sobre seus planos para aumentar as moradias populares?

Paulo Mac Donald:
Não acredito totalmente nesses estudos, mas reconheço que o custo de vida, especialmente em relação à moradia, é um desafio em Foz. Vamos investir fortemente em habitação popular. Precisamos garantir que ninguém viva em condições precárias. Para isso, vamos usar financiamentos e parcerias com a Coapar e a Caixa Econômica. O objetivo é oferecer uma moradia digna para todos os iguaçuenses, garantindo que tenham um lar confortável para suas famílias.

[Diário de Foz]:
O senhor gostaria de deixar um recado final?

Paulo Mac Donald:
O recado é o seguinte: essa cidade pode ser tudo o que quisermos. Pode ser uma cidade justa, com pleno emprego, desenvolvida, com saúde e educação de primeira. Convido todos a se unirem a mim nesta jornada para transformar Foz do Iguaçu em uma referência de qualidade de vida. Muito obrigado pela atenção.

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