Programa Oeste em Desenvolvimento reúne presidência da FIEP e representantes de cooperativas e de entidades da sociedade civil para aprofundar modelo de empresa regional
Lideranças da região deram mais um passo rumo à formação de uma empresa do Oeste para disputar a licitação de rodovias pedagiadas no Paraná, na nova concessão que terá edital aberto nos próximos meses. Em reunião do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), nesta segunda-feira, 28, foram definidas as próximas ações para a efetivação do consórcio.
Conduzido pelo presidente do POD, Danilo Vendruscolo, o debate on-line contou com a presença do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Carlos Walter Martins Pedro; e do coordenador do Conselho Empresarial e de Infraestrutura do Paraná, Jefferson Nogaroli. Também participaram o especialista em infraestrutura e logística da FIEP, João Arthur, e dirigentes de cooperativas e de entidades.
A iniciativa do setor produtivo e da sociedade civil organizada da Região Oeste visa à participação no processo público de concessão das rodovias paranaenses para fazer baixar a tarifa cobrada. Como o empreendimento que está sendo constituído não objetivará lucro, o resultado financeiro das operações será investido na melhoria das estradas.
“O setor produtivo não suporta mais pagar tarifas altíssimas, que oneram os custos e reduzem a competitividade”, frisou Danilo. “O que estamos construindo é uma união entre cooperativas, indústrias e o comércio para nós, que somos do Oeste, assumirmos as rodovias para instituirmos preço justo dos pedágios e qualidade das vias”, expôs.
De acordo com o presidente do POD, a reunião avançou quanto à formatação do ente jurídico que será adotado para a disputa da concessão das rodovias, forma de funcionamento e de participação desse empreendimento coletivo. As lideranças do Oeste ainda aprofundaram a análise em torno das condições técnicas e financeiras para a atuação na licitação.
União do setor produtivo
Na reunião, o presidente da FIEP destacou a importância da integração e da atuação conjunta entre representantes de diferentes segmentos econômicos na constituição de consórcios regionais. Essas iniciativas, segundo ele, são indispensáveis para aumentar a concorrência na concessão dos pedágios.
“Consórcios regionais, como é a proposta que o Oeste está desenvolvendo, são vitais para contrapor a participação de empreiteiras nacionais e grandes empresas internacionais”, ressaltou Carlos Walter Martins Pedro. Essa participação ampliada nas licitações “induz o preço das tarifas cobradas para baixo”, complementou.
Presidente da Coopavel e membro da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do POD, Dilvo Grolli afirmou que a criação de uma empresa para competir pela administração dos lotes de pedágio atende a um clamor da sociedade. “O que estamos propondo representa uma quebra de paradigma, em que disputamos com grandes interesses a favor da sociedade paranaense”, pontuou.
Carta pública
No final de agosto, o POD divulgou uma carta pública em que defende a efetiva participação da iniciativa privada e da sociedade civil organizada na construção do novo modelo de pedágio e na disputa da concessão. O documento faz um histórico sobre o início das rodovias pedagiadas, em 1997, demonstrando seus problemas e o efeito danoso à economia do Oeste e do Paraná.
A nota defende a criação de um consórcio do Oeste. “Podemos participar das licitações com empresas regionais, em todos os lotes das rodovias que serão pedagiadas”, destaca o texto. “Precisamos construir uma nova história, com integridade e com a participação dos paranaenses de nossa e de outras regiões, seguindo as leis de livre mercado, em que ninguém tem privilégios e todos têm oportunidades”, conclui o documento.