A construção do novo porto seco visa desafogar a unidade atual de Foz, que é a maior da América Latina
As duas empresas que concorrem na licitação para assumir a construção e operação do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, indicaram suas áreas de interesse para a implantação do empreendimento. As propostas foram apresentadas durante sessão pública, realizada pela Receita Federal em Curitiba, e passarão por análise.
Destaca o GDia que o projeto da Multilog S.A recomenda a instalação do novo porto logo após a região conhecida como Baixada do Leão, na BR-277. Nesta área, à esquerda da rodovia no sentido Santa Terezinha/Foz, há um local com uma obra inacabada, que pertence à prefeitura municipal. Entretanto, a empresa adquiriu outras propriedades no entorno do espaço, que pode ser viável.
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A proposta da Aurora Terminais e Serviços LTDA indica a instalação do porto em uma área próxima a região do Alto da Boa Vista. O local fica à direita da Baixada do Leão (também no sentido Santa Terezinha de Itaipu/Foz), à cerca de 3,5 quilômetros da BR-277, depois do Jardim das Oliveiras.
O processo licitatório ainda terá outras etapas até que seja definida a empresa vencedora, todas previstas para ocorrer ainda em 2023. Ganhará a concorrência aquela que tenha atendido todos os requisitos do edital, além de ofertar as menores tarifas para os serviços de armazenagem e movimentação.
“Foi feito um estudo de viabilidade técnica, seguindo critérios estabelecidos na legislação e, com base nesse estudo, foi feita a licitação. A Receita recebeu as propostas e vai analisar agora qual é a mais vantajosa para operar o porto seco. A Receita não vai julgar as áreas em si. Os critérios foram estabelecidos no edital”, explicou o delegado adjunto da Receita Federal em Foz, Hipólito Caplan.
No contexto, o projeto de construção do novo porto seco prevê um investimento inicial de R$ 241,5 milhões, que devem ser aplicados nos primeiros 15 anos de concessão, além de R$ 61,6 milhões nos dez anos seguintes.
O empreendimento não ocupará um imóvel do Governo Federal, como acontece atualmente. A futura unidade deverá ficar em área de responsabilidade da empresa que vencer a concorrência, com pelo menos 277 mil m², representando dessa forma um aumento de 60% em relação à estrutural atual. O local deve conter ainda um pátio de movimentação e estacionamento de veículos, um armazém com 3,5 mil m² e um pátio de pré-embarque com mais de 19 mil m².
O objetivo central da Receita Federal é melhorar a movimentação de cargas do porto seco atual de Foz, o maior da América Latina, e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico na região da tríplice fronteira. As características do novo porto são baseadas em normas de alfandegamento, para garantia da segurança aduaneira; e em estudo de viabilidade técnica e econômica, que leva em conta o movimento histórico e a projeção de crescimento para os próximos 25 anos.
“A expectativa é muito grande, uma vez que esta construção é extremamente importante para o segmento do comércio exterior e para a sociedade em geral, porque o atual porto está defasado em todos os aspectos. A Receita Federal fez algumas exigências e esse novo porto deve contemplar uma logística interna muito boa e pensar mais nos usuários, nos motoristas”, destacou o diretor de Comércio Exterior da Associação Comercial e Empresarial de Foz (Acifi), Mario Camargo.
Comércio exterior
No ano passado, o porto seco atual alcançou o segundo maior movimento da história, conforme a Receita Federal. Foram liberados 201.262 caminhões, e os valores em dólar do fluxo de comércio exterior cresceram 12,90%.As cargas de importação totalizaram 113.699 veículos, e as de exportação, 87.563. Por país, o fluxo de veículos somou 155.437 caminhões com o Paraguai e 45.825 com a Argentina.