Os profissionais da enfermagem que estão na linha de frente na luta contra a Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) afirmam que estão cada vez mais desamparadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.
Diariamente eles enfrentam o aumento no número de pacientes, adoecimento de colegas e familiares e a falta de reposição de profissionais (sobrecarga de trabalho).
Recentemente os enfermeiros do SUS de Curitiba foram informados que não terão aumento salarial, nem com aposentadorias e licenças prêmio contarão.
O quadro de desamparo deixa cada vez mais expostos estes profissionais, que sofrem com a saúde psicológica diante da pandemia do novo Coronavírus.
“Está é uma preocupação enorme”, comenta a diretora do SISMEC, Cleo Silva.
“Temos denuncia todos os dias no sindicato sobre protocolos que não são cumpridos nos aparelhos de saúde de Curitiba, profissionais PSS contratados sem experiência e sem treinamentos suficientes e efetivos, muitos desistem devido o baixo valor da remuneração oferecida”, disse.
“Temos escalas das UPAS e UBS drasticamente reduzidas obrigando os profissionais desses serviços a se desdobrarem para não deixar a população desassistida nesse momento de crise”, ressalta Cleo Silva.
Os profissionais da linha de frente estão cansados, desvalorizados, adoecendo, informa a diretora do SISMEC.
“A contaminação esta acontecendo e gerando medo, afetando diretamente o estado emocional do profissional”, conclui a presidente do sindicato, Raquel da Silva Padilha.
A lamentável perda do profissional enfermeiro Marcone César Tabosa, do Hospital das Clínicas que, após perder sua mãe há poucos dias para a Covid, cometeu suicídio, é uma prova da situação relatada pelas dirigentes sindicais.
Além disso, a união das equipes das unidades fechadas traz transtornos no dia a dia, como falta de banheiros, vestiários e local adequado para os 15 minutos de intervalo, inter-joranadas e lanche das equipes.
“Aumentando inclusive o risco de contaminação entre os profissionais. O SISMEC cobra a PMC sobre as denúncias e está denunciando as irregularidades juntos aos conselhos de saúde e ao Ministério Público”, completam.