Então é Natal!, por Gilmar Cardoso

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Encantos do Natal (Foto: Arquivo/Cabeza)

“Quando eu era criança, na época de Natal sempre perguntava para minha mãe: – O que a senhora quer ganhar de presente? Ela me respondia: – Saúde, e que ninguém falte no próximo ano! Então eu lhe dizia: Não, Mãe! Um presente de verdade!”.

Hoje em tenho certeza que ela tinha razão, e que os presentes e a ceia de confraternização não são nada, se as cadeiras em volta da mesa estiverem vazias… (Em memória e homenagem à todos os amigos e familiares que deixaram-nos para o Oriente Eterno).

ENTÃO É NATAL…

E o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez!

No Natal brilhou uma luz imensa, nasceu um Menino que veio para dizer que somos todos iguais; e fez a grande diferença!

Há uma tradicional canção natalina recitada na Missa de véspera do Natal que recorda-nos que “a gente passa o ano inteiro assim, andando sempre do começo ao fim – e ainda questiona-nos: – será que Cristo esteve cada dia ao nosso lado, em nossa companhia?”. Natal é tempo de rever, da gente amar e renascer!

A comemoração religiosa do Natal só foi iniciada no século IV quando o Papa Júlio I levou a cabo um estudo intensivo sobre a data de nascimento de Jesus Cristo e acabou por estabelecer oficialmente o dia 25 de Dezembro para as celebrações. Durante os três primeiros séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. A festa do Natal foi introduzida na Igreja Romana no século IV e, somente no século V, estabelecida oficialmente como festa cristã. 

A comemoração acontece em 160 países em todo o mundo e varia de acordo com o país. Alguns países comemoram no dia 25 de dezembro, enquanto outros comemoram no dia anterior ou no dia seguinte.

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Isaías 9,1). Esse fato narrado pela Palavra de Deus aconteceu há mais de dois mil anos, no entanto, atualiza-se todos os dias. É Ele o motivo que nos faz celebrar o Natal, pois uma Luz brilhou em meio às trevas! 

O Natal é sempre uma festa iluminada. Sem luzes não há Natal porque o Natal é tudo, menos escuridão, solidão.

Festa da família, da fraternidade, do amor ao próximo e da esperança, o Natal surge como símbolo do companheirismo o e bem apropriado à todos que se esforçam por dar de si, antes de pensar em si; e que por isso mesmo, vai ao encontro do sentir e do agir de todos  que transformam em Natal o seu dia-a-dia na solidariedade para com os mais necessitados e nos esforços globais para minorar suas carências.

Num mundo regido pelo egoísmo de alguns e a incerteza quanto ao amanhã de muitos outros, reconforta-nos assistir às tentativas visando melhorar as condições de vida dos mais vulneráveis dos seus concidadãos, sem nada pedirem em troca; a não ser o gozo da satisfação do dever cumprido; e por saber que mais se beneficia aquele que melhor serve.

O Papai Noel é uma das figuras lendárias mais emblemáticas do Natal. A sua origem está intimamente relacionada com a figura de São Nicolau de Mira, um bispo nascido na Turquia em 280 d.C. que ajudava as pessoas carentes. 

Você sabia que inicialmente, o Papai Noel usava roupas tradicionais de inverno,  marrom ou verde escura? No entanto, a Coca Cola decidiu vestí-lo com cores que combinassem com sua marca e que pegassem. É por isso que ele está sempre usando roupas vermelhas agora. Foi somente em 1931, através de uma campanha publicitária do tradicional refrigerante, com o figurino criado em 1886, pelo cartunista alemão Thomas Nast; que o Papai Noel ganhou o aspecto mais próximo do que conhecemos hoje.

O pinheiro, por sua vez, simboliza a vida, pois é uma das poucas árvores que sempre se mantém verde, mesmo durante o inverno, quando a maioria das árvores perdem as folhas. O costume de enfeitar árvores de Natal é comum entre católicos, protestantes, ortodoxos e mesmo por ateus ou agnósticos.

A tradição de se montar um presépio  teve início com São Francisco de Assis, no ano de 1223. Foi nessa época que, lá em Greccio (cidade perto de Roma), na Itália, São Francisco queria mostrar aos camponeses como tinha sido a noite do nascimento de Jesus, mas não sabia como fazer. Foi aí que teve a ideia de pegar argila e montar vários bonequinhos de barro. 

Depois desse dia, a tradição de montar presépio ganhou o mundo! Chegou ao Brasil no século 17. O religioso Gaspar de Santo Agostinho montou o primeiro em Olinda, Pernambuco. Natal é vida que nasce. / Natal é Cristo que vem. Nós somos o seu presépio e a nossa casa é Belém.

O Rei Roberto Carlos cantou e encantou-nos na música – Meu Menino Jesus – “Oh, meu Menino Jesus, na noite deste Natal, são as estrelas que brilham no céu, o seu amor um sinal. Te peço Menino Jesus, ponha na mesa de alguém, o que esse alguém sempre quis e não tem. Felicidade, também!”. 

É Natal de Jesus, festa da alegria, da esperança e luz!

O Natal é a soma de tudo aquilo que fizemos durante o ano. O bom dia acompanhado  de um sorriso. O olhar empático para com os que nos cercam. A mão que ampara os  que mais precisam. A palavra que conforta os mais angustiados. A coberta que colocamos sobre os que sentem frio. A quentinha bem vinda aos que sentem fome. Se engana quem pensa que o Natal começa no dia 24 e termina no dia 25.

Se engana também quem resume o Natal na distribuição de presentes aos familiares e amigos. A decoração bonita da árvore, as luzes reluzentes e a mesa farta.

Tudo tão perfeito, tão lindo! Ainda assim, o Natal de nada serve se os abraços não abraçarem, se os olhos não enxergarem seu verdadeiro espírito da solidariedade. Se os amores não amarem, se os amigos não se ajudarem, se o perdão não perdoar. 

Que o Natal invada nossos corações antes dos nossos lares. E que o Espírito natalino possa perdurar, ao longo de todo o novo ano que desponta, é o meu desejo. Porque os anos são apenas medidas de tempo linear, não guardam em si nenhum tesouro oculto e nenhuma sabedoria. Os anos bons são aqueles que fazemos bons!

Que você seja o melhor presente deste e “presente” neste Natal.

Então bom Natal, e um Ano Novo também. Que seja feliz quem souber o que é o bem!

GILMAR CARDOSO, do Rotary Club de Curitiba, é  advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia Mourãoense de Letras e da Academia Brasileira Rotária de Letras – ABROL/PR.

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