Fundo Iguaçu promove encontro com lideranças do trade e empresários da hotelaria e gastronomia no Sindhotéis
A retomada do turismo em Foz do Iguaçu passa pelo fortalecimento da união entre a iniciativa privada e o poder público. Essa foi a tônica do encontro promovido pelo Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu (Fundo Iguaçu) com dezenas de empresários da hotelaria e gastronomia na sede do Sindhotéis (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares).
O objetivo do evento foi debater os novos desafios da principal atividade econômica da cidade, a partir de avaliação das conquistas desde 2007, quando iniciou a Gestão Integrada do Turismo. Criado em 2007, o modelo de governança une entidades do setor público e privado, como a Itaipu Binacional, a Prefeitura de Foz do Iguaçu, o Visit Iguassu e o próprio Fundo Iguaçu.
Coordenado pelo presidente do Fundo Iguaçu, Enio Eidt, o encontro contou com a participação do presidente do Sindhotéis, Neuso Rafagnin; do presidente do Visit Iguassu, Felipe Gonzalez; e do secretário municipal de Turismo e Projetos Estratégicos, Paulo Angeli. A ação faz parte de uma série de diálogos que incluem a Itaipu Binacional e o Comtur (Conselho Municipal de Turismo).
Em sua apresentação, Enio Eidt relembrou os problemas do passado que impediam a franca expansão da atividade. O Parque Nacional do Iguaçu, exemplificou, não chegava a receber um milhão de visitantes por ano. A reviravolta começou depois de uma série de medidas para a reconstrução da imagem do destino, com união entre todos os atores do turismo iguaçuense.
“O resultado veio com o tempo, ao ponto das Cataratas receberam dois milhões de visitantes em 2019”, citou Enio. Os atrativos foram diversificados e houve investimento em qualificação profissional. A hospedagem e a gastronomia também acompanharam essa evolução. Foz do Iguaçu possui cerca de 180 meios de hospedagem, como hotéis, resorts, pousadas etc., com cerca de 30 mil leitos. Também tem 200 meios gastronômicos com fins turísticos. Juntos, os dois segmentos são os maiores empregadores e contribuintes do município.
As projeções indicavam um crescimento do turismo ainda maior em 2020, porém veio a pandemia e o impacto no setor foi brutal, afirmou o secretário municipal de Turismo e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu. “O momento agora é de reinventar e aglutinar forças. Vamos potencializar as boas práticas que deram certo e inovar onde for preciso”, disse Paulo Angeli.
Desafiada a mais uma vez levantar-se, a sociedade civil organizada mobilizou-se ainda nos primeiros meses da pandemia para a retomada do turismo. Graças à Itaipu Binacional e à gestão visionária do ex-diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, a cidade deu sinais de recuperação já no ano passado, com mais de R$ 1 bilhão em obras estruturantes na cidade.
Para Neuso Rafagnin, Foz só tem a agradecer à Itaipu Binacional por tirar do papel obras sonhadas há anos, como a segunda ponte com o Paraguai sobre o Rio Paraná, a ampliação da pista de pouso e decolagem no aeroporto, a construção da Perimetral Leste e a duplicação da Rodovia das Cataratas. Além desse legado, a própria campanha “Vem pra Foz”, lançada em agosto, tem ajudado na retomada do setor.
“Essas grandes obras nos enchem de otimismo. Por isso precisamos planejar o próximo passo, que é recuperar os índices de visitação turística e capacitar os profissionais de hospedagem e gastronomia para os novos tempos. Temos certeza de que o novo diretor de Itaipu, o general João Francisco Ferreira, estará irmanado com o trade nesse propósito”, frisou o presidente do Sindhotéis.
Presidente do Visit Iguassu, Felipe Gonzalez traçou um cenário para os próximos anos a partir das recentes conquistas estruturais. Segundo ele, viabilizados os projetos de infraestrutura, a prioridade agora vai garantir contrapartida de mídia à captação de voos para formação do hub aéreo para voos domésticos e internacionais.
O turismo foi um dos primeiros setores atingidos pelas restrições impostas pelos governos no enfrentamento da pandemia. E agora precisa alinhar e executar ações dos atores da iniciativa privada e poder público para atingir a meta de cinco milhões de turistas por ano no Parque Nacional do Iguaçu em médio prazo.