Parte da equipe técnica do Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu (MIA) acompanhou em Assunção, no Paraguai, a fase de estudo preliminar do projeto arquitetônico do espaço, desenvolvido pelo arquiteto Solano Benítez. O projeto é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar composta por cerca de dez arquitetos e estudantes, contando também com a assessoria de engenheiros. A fase de estudo incluiu a Secretaria de Estado da Cultura, Paraná Projetos e o Centre Pompidou de Paris, na França.
Entre os principais temas discutidos nas reuniões temáticas estiveram a setorização dos espaços, os fluxos de visitantes e funcionários, a circulação de obras de arte e a montagem e desmontagem de exposições. Foram debatidas ainda as especificações técnicas das galerias, espaços de performance, áreas educativas e logística para conservação de acervo, bem como a relação do museu com o contexto urbano e natural de Foz do Iguaçu.
A equipe debateu a metodologia de trabalho a partir de Building Information Modeling (BIM), assim como estratégias para ativação do museu durante sua construção.
O BIM auxilia na construção de um modelo virtual preciso de uma edificação, simula empreendimentos, garante maior transparência aos processos licitatórios, otimiza os procedimentos de fiscalização de projetos e obras, além de operar uma edificação ou instalação de forma colaborativa.
A equipe do MIA também assessorou o grupo de arquitetura com informações sobre o Programa Arquitetônico e especificações técnicas do museu. O programa foi desenvolvido ao longo de 2024, em colaboração com o Centre Pompidou, a partir do Programa Científico-Cultural da instituição.
INSPIRAÇÃO – A viagem também incluiu visitas a algumas das principais obras de Solano Benítez que demonstram o uso inovador de técnicas construtivas em alvenaria estrutural e dão a ideia da materialidade do futuro Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu.
A equipe também conferiu a Residência Benítez/Jopoi de Arquitectura, casa e ateliê do arquiteto, onde ele experimenta diferentes usos das estruturas de alvenaria.
Já o Centro de Reabilitação Infantil da Teletón apresenta protótipos de estruturas abobadadas e integra a paisagem à arquitetura. O Quincho Tia Coral traz a estrutura modular de tijolos que serve como cobertura e sombreamento, conceito que será adaptado em grande escala no MIA.
PROJETO – O projeto é baseado em conceitos definidos pela Secretaria da Cultura do Paraná em conjunto com a instituição francesa e será construído em um terreno de 24 mil metros quadrados cedido pela CCR Aeroportos, empresa responsável pela administração do terminal de Foz do Iguaçu.
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Uma das propostas de Benítez é de que a natureza seja um elemento central no conceito arquitetônico, já que a ideia é promover uma espécie de integração entre a estrutura material do edifício e o território ao redor dele, que estará a cerca de 10 minutos de carro do Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as Cataratas do Iguaçu.
O arquiteto é mundialmente conhecido pelo uso de matérias-primas sustentáveis e econômicas como, por exemplo, tijolo cerâmico, inseridos em soluções estruturais bastante singulares, produzindo possibilidades construtivas inovadoras a partir de elementos de baixo custo e pouco impacto ambiental.