Escola estadual conquista prêmio com vídeo sobre riscos dos cigarros eletrônicos

Projeto do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora conquistou o primeiro lugar na categoria Ensino Público do Concurso Estadual de Vídeos Contra as Drogas

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Foto: Arquivo pessoal/Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora

Um vídeo produzido por alunos do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, em Curitiba, que alerta sobre os riscos do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes, conquistou o primeiro lugar da 9ª edição do Concurso Estadual de Vídeos Contra as Drogas, na categoria Instituição de Ensino Público. Ele se chama “Pod que não Pode”.

Iniciativa do Centro Estadual de Políticas Sobre Drogas (CEPSD), da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), em parceria com a Secretaria da Educação (Seed), o prêmio reconhece produções audiovisuais de escolas públicas e privadas de todo o Paraná voltadas à prevenção do uso de drogas, além da promoção da saúde e do bem-estar entre crianças e adolescentes.

Em 2025, o concurso se destacou pela diversidade de abordagens apresentadas por estudantes de diferentes regiões do Paraná. Os melhores vídeos serão exibidos em sessões de cinema de todo o Estado, no contexto da campanha “Junho Paraná Sem Drogas”. O concurso também reconheceu outras produções que se destacaram pela criatividade e relevância.

O segundo lugar na categoria pública ficou com o Colégio Estadual do Campo Reassentamento São Marcos, de Catanduvas, no Oeste, com o vídeo “O peso das escolhas”. Já o terceiro lugar foi conquistado pelo vídeo “Escolha viver: um alerta urgente”, produzido por alunos do Colégio Estadual Cívico-Militar Leonardo da Vinci, de Dois Vizinhos, no Sudoeste. Ambos abordam a decisão a ser tomada diante de assédios para experimentar drogas.

Para o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, o projeto dos alunos e o reconhecimento evidenciam o bom trabalho que tem sido desempenhado em sala de aula, em termos de conscientização sobre uso de entorpecentes como política de saúde pública. “Quando os próprios alunos se tornam protagonistas de ações educativas, a mensagem ganha mais força e alcance. Trabalhar a prevenção às drogas no ambiente escolar é investir em saúde, em educação e no futuro dos nossos jovens”, afirma.

“Os participantes não apenas exerceram a criatividade, mas se tornaram multiplicadores de uma mensagem muito importante sobre os riscos das drogas lícitas ou ilícitas. Esta edição do concurso foi transformadora, levando o conhecimento para muito além dos muros das escolas”, aponta o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira.

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VENCEDOR

O vídeo “Pod que não Pode”, primeiro lugar entre escolas públicas, aborda, de forma criativa e acessível, os riscos do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes, chamando a atenção para os impactos à saúde e para a importância da informação como ferramenta de prevenção. A conquista do primeiro lugar nesta categoria foi uma surpresa. Concorrendo com 50 produções enviadas por participantes do Estado todo, alunos e professores do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora receberam a notícia do reconhecimento com emoção.

“Eu senti muita animação, principalmente dos alunos. Eles se colocaram como protagonistas e perceberam que são capazes de conquistar o que querem. Isso foi muito motivador, não só para eles. Assim que a notícia saiu, outras turmas se interessaram pelo vídeo e ficaram muito felizes com essa conquista”, destaca a professora Evelyn Guimarães Pedroso, orientadora do projeto.

Tudo começou no auditório da escola, em setembro. Durante uma visita especial realizada por agentes técnicos da Sesp à instituição de ensino, uma palestra de conscientização, ministrada por José Augusto Soavinski sobre o uso de drogas despertou o interesse dos alunos pelo assunto. 

A proposta do projeto foi lançada na escola pela professora Joseane Machniewicz Canha, que desafiou os estudantes a elaborarem um vídeo sobre a prevenção ao uso de drogas, com duração de um minuto, seguindo as regras do concurso. Os estudantes contaram com as aulas do componente curricular de Projeto de Vida para desenvolver ideias e buscaram a parceria da professora Evelyn Guimarães Pedroso, orientadora do projeto, para aprimorar o roteiro e a edição do vídeo.

Foi então que os estudantes Emanueli Emília Lisboa (15 anos), João Vitor Bernardo Pereira da Luz (15 anos), Henri Gabriel de Oliveira Souza (15 anos), Vitor Freitas de Oliveira (16 anos), Wellington Rodrigo Yoshida (15 anos), matriculados no Ensino Médio, idealizaram o vídeo e decidiram se inscrever no concurso. 

O vídeo, de aproximadamente um minuto, foi gravado pelos próprios alunos por celular e por uma câmera filmadora caseira, conforme o regulamento do concurso. O cenário foi o pátio do colégio, local em que os estudantes costumam passar o intervalo. 

Na narrativa, um grupo de estudantes conhece um novo colega, o “Pod”, que oferece o cigarro eletrônico, mas acaba sendo rejeitado. “A gente queria algo que chamasse a atenção e falasse diretamente com os jovens, mas que também alcançasse os adultos que utilizam. O público-alvo são os jovens, mas o tema precisa tocar todo mundo”, explica Vitor Freitas de Oliveira, estudante de 16 anos da 1ª série do Ensino Médio.

Segundo o estudante, um dos desafios encontrados pela equipe ao longo da produção do material foi passar uma mensagem relevante em apenas um minuto. Para isso, o apoio da professora fez toda a diferença. “A gente conseguiu deixar a ideia resumida e mais criativa com a ajuda da professora Evelyn. Ela ficou bem boa na hora da edição. Acho que foi a edição que ajudou tudo a ficar bom em um minuto”, Vitor explica. 

A avaliação das produções ocorreu na sede da Secretaria da Segurança Pública, no mês de dezembro e reuniu a comissão responsável pela análise técnica e pedagógica dos vídeos.


PROTAGONISMO

O diretor da instituição, Boanerges Zulmires Elias Neto, afirma que o resultado representa o envolvimento da comunidade escolar e reforça o compromisso com ações de prevenção. Segundo ele, iniciativas como essa estimulam o protagonismo estudantil e ampliam os espaços de conscientização no ambiente educacional.

“O mais gratificante, além do reconhecimento, é saber que a mensagem produzida pelos nossos alunos vai alcançar muitas outras pessoas, por meio das salas de cinema de todo o Paraná. É importante que mais pessoas possam se conscientizar sobre esse mal do nosso século, que afeta tantas famílias”, ressalta.

Para os estudantes do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, além do destaque da produção, a participação na competição foi também uma oportunidade de refletir sobre escolhas e dialogar com outros jovens por meio de uma linguagem próxima da realidade escolar. “A gente aprendeu que é uma situação muito complicada e que precisa ser tratada com respeito. No vídeo, foi isso que buscamos”, afirma Emanueli Emília Lisboa, estudante de 15 anos da 1ª série do Ensino Médio.

“A parceria entre Educação e Segurança Pública reforça a importância do combate às drogas em todas as esferas da sociedade, inclusive nas escolas, que devem ser espaços de diálogo e orientação sobre o tema. Ficamos orgulhosos em ver que este trabalho integrado tem se refletido positivamente no engajamento dos estudantes, que se tornam líderes na conscientização para colegas e até mesmo, pais e responsáveis”, acrescenta Roni Miranda.

CEPSD

O Centro Estadual de Políticas Sobre Drogas , vinculado à Secretaria da Segurança Pública, é responsável por organizar, selecionar e divulgar campanhas de prevenção ao uso de drogas no Paraná, em cumprimento à Lei Estadual nº 19.068/2017. A legislação determina que, todos os anos, no mês de junho, as salas de cinema exibam informes publicitários sobre os malefícios do consumo de drogas ilícitas e os impactos do abuso de substâncias lícitas.

Para atender a essa missão, o CEPSD criou, em 2017, o Concurso Estadual de Produção de Material Audiovisual Sobre Drogas, que, desde 2022, passou a se chamar Concurso Estadual de Vídeos Contra as Drogas. A iniciativa ocorre anualmente e tem como principal finalidade selecionar vídeos produzidos por estudantes para exibição em todas as salas de cinema do Estado, estimulando o protagonismo juvenil e o debate sobre prevenção.


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