Estudo revela aumento assustador de votos de Foz em candidatos de fora

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Em 20 anos os números revelam uma queda de 14% nos votos para candidatos a deputado estadual de Foz do Iguaçu e 43% a federal. Os candidatos de fora aumentaram a votação na cidade em 68% para estadual e 64% para federal. O estudo é do pesquisador e matemático, professor Luiz Carlos Kossar.

Antes mesmo da eleição, as estatísticas apresentadas por ele mostravam a grande possibilidade de Foz do Iguaçu chegar a um número recorde de votos para candidatos de fora. E foi o que aconteceu. As conclusões se confirmam nos dados oficiais das últimas seis eleições. Informou o GDia

“Houve um crescimento de 68% em votos de candidatos de outras localidades evidenciando que o eleitor de Foz está abandonando nossos fracos candidatos. Isso demonstra que ao longo deste período de duas décadas o que se vê é a falta de lideranças políticas que consigam consenso do eleitor”, analisou Kossar.

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Deputados estaduais

Os números revelam que desde 2002 é possível observar que moradores de Foz do Iguaçu têm votado cada vez mais em candidatos de fora. O estudo feito com base nos números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que no ano de 2002, Foz do Iguaçu teve um total de 120.589 votos nominais para estadual dos quais 107.354 em candidatos de Foz e 13.235 para os de fora.

No entanto, desde esse período, o número vem caindo cada vez mais para os candidatos locais. Em 2018, Foz do Iguaçu teve um total de 123.950 votos nominais sendo 84.974 para os locais e 38.976 para os de outras localidades. Nas eleições deste ano, para deputado estadual foram 135.642 votos nominais, dos quais 93.786 em candidatos locais e 41.856 em nomes de fora.

“Analisando de 2002 até 2022 houve uma queda de 14% em votos para nomes da cidade e aumento de 68% em candidatos de outros municípios. Isso para deputado estadual”, apontou Kossar.

Deputados federais

Para deputado federal, a tragédia eleitoral também se configura. Em 2002, dos 120.589 votos nominais, 101.947 foram para candidatos de Foz e 18.642 para os de fora. Neste ano, dos 144.271 votos nominais foram 71.518 votos para nomes de Foz do Iguaçu e 72.753 para os de outras localidades. “Vejam que absurdos esses números: Em 20 anos, houve um aumento de 64% em candidatos a deputado federal de fora e queda de 43% na votação em candidatos de Foz do Iguaçu”, alertou.

De acordo com Luiz Carlos Kossar “estes números a federal só não são mais baixos porque o estudo considerou os votos de Giacobo e Vermelho”. Na opinião do estudioso, “enfrentamos essa situação, enquanto município, devido a uma polarização de grupos políticos”

Momento de melhor desempenho

O estudo mostra que em 2002 e 2006 Foz do Iguaçu teve três deputados eleitos para estadual. Na opinião de Kossar, isso aconteceu em razão das lideranças como Paulo Mac Donald e ainda Dobrandino da Silva em torno de nomes como Chico Noroeste, Reni Pereira e Dilto Vitorassi. “Em plena atuação junto ao eleitorado eles conseguiram cativar a atenção do eleitor”, afirmou.

Kossar citou que em 2014, “após a péssima avaliação do Governo de Reni Pereira, o atual prefeito Chico Brasileiro se elegeu com 40% dos votos validos. Em 2018 e 2022 a falta de lideranças com potencial de catalisar a atenção do eleitor e a grande quantidade de candidatos tivemos um estadual eleitos e dos federais, porém com baixa votação na cidade”.

“Faltando lideranças aglutinadoras”

O matemático disse que Foz do Iguaçu “está enfraquecida por falta de lideranças aglutinadoras e isto favorece a pulverização de votos, o que já ficou evidente nas eleições de 2018 e acentuou-se no pleito deste ano”. Sobre os resultados de 2022, Kossar destaca: “Os quadros demonstram que os nossos deputados federais eleitos têm baixa votação em Foz. Não conseguem criar empatia com o eleitor da cidade e só são eleitos devido o desempenho em outras cidades. Seus compromissos com a cidade ficam fragilizados”, analisou.

Nas conclusões, Kossar afirmou que ao longo de duas décadas (20 anos) Foz do Iguaçu vem perdendo representatividade junto ao Legislativo Estadual e Federal, apesar de possuir um contingente de eleitores (em torno de 140 mil votos nominais), suficiente para eleger representantes com votações mais expressivas. “Nossas lideranças envelheceram e não encantam mais o eleitorado. O nosso eleitorado se renovou e novas lideranças ainda não surgiram”, finalizou e professor.

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