Estudo sobre o mercado ilegal de agroquímicos mostra que as apreensões vem crescendo no Brasil

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Tema será debatido em evento que acontecerá no dia 26 de outubro

Por meio de transmissão via canal do Youtube do IDESF, será possível acompanhar o lançamento do estudo “O mercado ilegal de defensivos agrícolas no Brasil”, edição Foz do Iguaçu, no dia 26 de outubro, das 9h às 12h.

No lançamento, além da apresentação dos dados relativos ao estudo, será promovido um debate entre especialistas sobre este mercado de ilícitos.

A pauta relacionada ao contrabando de agroquímicos ganha ainda mais relevância na região Oeste do Paraná, principalmente por dois motivos: Ciudad del Este (Paraguai), vizinha a Foz do Iguaçu, é a principal cidade onde se concentram as empresas vendedoras deste produto. Além disso, o “mapa” das estradas mais utilizadas do contrabando de agroquímicos passa pelas BR-277 e BR-163.

A região de Cascavel, por exemplo, é cortada pelas duas rotas e o estudo mostra que é neste ponto onde ocorre a distribuição dos produtos ilegais para todo o país. Luciano Stremel Barros, Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) e um dos idealizadores do Estudo, destaca que um dos fatores que contribui para o contrabando desses produtos é a assimetria de legislações entre o Brasil, o Paraguai e os demais países do Mercosul.

“Faltam acordos entre o Brasil e os seus vizinhos para criar regras semelhantes para o uso de agroquímicos no campo. Poderíamos, por exemplo, ter laboratórios nesses países do Mercosul para que, em conjunto, pudéssemos analisar e entender o que é necessário para as lavouras e, assim, utilizarem produtos em comum acordo”.

Entre os agroquímicos que fariam parte deste debate a nível de Mercosul está o benzoato de emamectina, um dos inseticidas mais contrabandeados e com rigorosas restrições no Brasil, cujo percentual máximo de uso liberado pelas normas sanitárias vigentes, é de 5%. Já nos registros de importação de benzoato de emamectina do Paraguai, constam cargas do produto que desembarcaram no país em uma diversidade de concentração que varia entre 30%, 40%, 70%, 90% e até 95% de concentração do princípio ativo.

O Paraná é o 4° estado com maior índice de contrabando de agrotóxicos.

Os dados de apreensões de agroquímicos são crescentes. Só a Polícia Rodoviária Federal apreendeu, em 2020, mais de 70 toneladas de agroquímicos nas rodovias (em 2019, foram pouco mais de 61 toneladas). Das apreensões realizadas pela Receita Federal, no Brasil, de 2016 até hoje já foram mais de R$ 33 milhões em agroquímicos apreendidos. Só em uma operação realizada pela Polícia Federal, nomeada “Ruta Negra”, ocorrida no final de agosto, foi desarticulada uma organização criminosa especializada na importação, comercialização e transporte de defensivos agrícolas ilegais. A importação ocorria por meio do lago de Itaipu.

Luciano complementa: “É um problema grave não somente por toda a cadeia de crimes que ele gera, mas também porque os agroquímicos contrabandeados que vão para as lavouras vão originar produtos em que não temos a menor ideia do que estamos consumindo”.

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