Apenas em 2021, o reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), superou 10%, onerando sobretudo quem faz uso de medicações contínuas. Além disso, pesquisa realizada em 2020, pelo SPC Brasil, mostra que 46% dos brasileiros não controlam seu orçamento e menos da metade daqueles com planejamento financeiro preveem gastos com tratamentos farmacológicos, embora os mesmos sejam recorrentes.
O farmacêutico Gustavo Pires, representante do Paraná no Conselho Federal de Farmácia, orienta a população como economizar nos gastos com medicamentos e não interromper os tratamentos. O profissional elencou dicas que podem aliviar o bolso tanto de pacientes crônicos quanto de quem precisa das farmácias esporadicamente:
1) Busque medicamentos na rede pública, nas unidades básicas de saúde do município onde reside. Neste caso, a receita emitida precisa ser do SUS.
2) Procure as unidades incluídas no programa Farmácia Popular, onde até receitas particulares e de planos de saúde são aceitas.
3) Se os medicamentos forem de alto custo, informe-se onde ficam as unidades distribuidoras dos Componentes Especializados de Assistência Farmacêutica (CEAF) do seu Estado. No Paraná, elas são vinculadas às 9 regionais de saúde.
4) Procure programas dos próprios laboratórios farmacêuticos. Alguns oferecem até 90% de desconto aos pacientes cadastrados.
5) Se você tem plano de saúde, informe-se sobre a existência de descontos em medicamentos ou farmácias conveniadas.
6) Verifique com o farmacêutico se a prescrição pode ser contemplada com medicamento genérico, que são mais em conta e seguem os mesmo critérios de segurança para registro na Anvisa.
7) Solicite que o farmacêutico busque a quantidade exata ou mais próxima da prescrita para o tratamento, evitando aquisição desnecessária de medicamentos.
8) Verifique com o médico a possibilidade de utilizar medicamentos manipulados, que são mais baratos. As farmácias de manipulação também contam com programas próprios de desconto.
9) Evite a automedicação, que além de pesar no bolso é prejudicial à saúde.
“O tratamento jamais deve ser interrompido sem conhecimento de quem prescreveu, ainda que os haja sensação de melhora antes do prazo estipulado”, enfatiza Gustavo Pires.