Feriados no Brasil e Paraguai e enchentes no RS congestionaram o porto seco de Foz

A estrutura, às margens da BR-277 dentro da área urbana do município, registrou um recorde com movimentação de US$ 6,7 bilhões em 2023,
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Foto: Gentileza/La Clave

A sequência de feriados prolongados no Brasil e no Paraguai, somada às enchentes que afetam o Rio Grande do Sul há mais de um mês, provocou um “congestionamento”, resultando em longas filas de veículos de carga na BR-277, no porto seco de Foz do Iguaçu, e na Ruta Nacional PY02, em Ciudad del Este. A expectativa é de que a situação permaneça inalterada por pelo menos as próximas duas semanas, segundo estimativas das autoridades sanitárias que atuam na tríplice fronteira, incluindo a Argentina.

O porto seco de Foz do Iguaçu é o maior da América Latina em movimentação de cargas. A estrutura, às margens da BR-277 dentro da área urbana do município, registrou um recorde com movimentação de US$ 6,7 bilhões em 2023, um recorde histórico para um período de 12 meses, com mais de 176 mil veículos liberados para exportação e importação. Comparativamente, em 2022, foram movimentados US$ 6,5 bilhões pelo local, segundo dados divulgados pela Receita Federal do Brasil (RFB).

“Muitas coisas se juntaram para chegar a esta situação. Tivemos vários feriados no Brasil e também no Paraguai, que amontoaram os caminhões”, comentou Ricardo Baumann, presidente do Sindicato Internacional dos Caminhoneiros de Transporte de Fronteiras do Paraguai. “O maior problema que estamos enfrentando é que o porto do Rio Grande do Sul está fechado e pelo menos 20% dos caminhões estão vindo para o Porto Seco de Foz de Iguaçu”, ressaltou em entrevista ao jornal La Clave, parceiro do GDia.

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Na avaliação dos caminhoneiros, é uma situação fortuita que, “mais uma vez, temos que vivenciar”. Os caminhoneiros são os mais sacrificados e praticamente os únicos que não são valorizados, ressaltou Baumann. Que emendou: “Acho que em 8 a 15 dias isso vai normalizar”. O profissional do volante lembrou que no último final de semana haviam aproximadamente 160 caminhões nas ruas de Ciudad del Este esperando para atravessar para o Brasil.

Espera e tensão

O caminhoneiro comentou ainda que, enquanto esperam na beira da estrada, ficam expostos à ação de dependentes químicos e marginais. “Temos colegas que não conseguem dormir porque têm de cuidar dos equipamentos da cozinha. É um assunto e tanto. Nos reunimos com o chefe da Receita Federal (Alfândega Brasileira) e ele nos deu a possibilidade de normalizar essa situação”.

“Ele nos contou que conversou com as autoridades locais para que liberassem primeiro os caminhões com grãos e depois os com carga geral”, revelou Baumann. O líder da categoria indicou ainda que os caminhões carregados de cereais são libertados à noite, e os de carga geral em 2 a 3 dias, o que provoca acumulo, fecha todas as passagens e dificulta quem transporta os cereais.

Foto: Gentileza/La Clave

Nestas condições, é impossível cumprir o acordo de não estacionar na beira da estrada entre o quilômetro 4 e o Oásis. “Mas uma vez que estacionem bem no acostamento, sem ter filas duplas, não creio que haverá problemas até que tudo se normalize”, frisou. Baumann mencionou que os caminhões de exportação passam até sexta-feira, mas aos sábados e domingos só são liberados na segunda-feira seguinte.

“Temos colegas que estão na alfândega há 10, 12 dias e depois, quando saem, têm de esperar mais um dia na fila. O cruzamento fecha na frente do cruzamento, eles querem fazer você voltar de novo, então tudo isso faz com que os companheiros percam o equilíbrio”, completou o presidente do sindicato paraguaio.

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