Mapeamento indica as principais áreas dos eventos clandestinos ao ar livre em Curitiba
Combater as festas e baladas em logradouros públicos de Curitiba está no foco da AIFU (Ação Integrada de Fiscalização Urbana) e da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas). Tratam-se de eventos que acontecem sem autorização das autoridades constituídas, geralmente nos finais de semana e feriados, promovendo aglomerações em praças, calçadas e nas ruas.
Esses encontros se tornaram mais frequentes durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). Além de tirar o sono de quem mora no entorno, deixam um rastro de lixo e destruição. São problemas de higiene e casos de vandalismo provocados por vidros e garrafas largadas, portões e muros quebrados, forte odor de urina e até fezes humana, devido à falta de banheiro público.
Mapeamento
A partir de denúncias da população, recebidas principalmente de moradores, consumidores e empresários prejudicados com as irregularidades, estão sendo mapeadas as regiões mais preocupantes (trechos de ruas e cruzamentos), informam o Capitão Goulart, da AIFU, e Fábio Aguayo, da Abrabar. A intenção, segundo eles, é buscar soluções em conjunto, “para conter a disseminação por toda a cidade”.
O perigo, lembram os representantes das instituições, é porque nesses lugares públicos não se verificam os cuidados com a saúde e segurança dos consumidores. Também não se observam regras de higiene, limpeza, prevenção de acidentes e respeito ao sossego dos moradores da região, sem falar que são pontos propícios para tráfico de drogas, e livre acesso para menores de idade fazerem uso de bebidas alcoólicas ou sofrerem alguma forma de abuso.
Para o Capitão Goulart, é importante que todos estejam comprometidos com a segurança e com a saúde da população. Ele defende que os órgãos públicos e a iniciativa privada, principalmente no que diz respeito à troca de informações e busca de alternativas, precisam unir forças para superar os desafios que se apresentam, entre os quais está o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, associado às aglomerações.
O coordenador da AIFU destaca ainda que os direitos de ir e vir, de reunião e ao lazer de uma parcela da população, devem ser compatíveis com os direitos das outras pessoas quanto ao descanso, repouso, trabalho, sossego e lazer, por exemplo. “Daí a importância de que determinadas formas de diversão, no caso as que envolvem a ingestão de bebida alcoólica, aconteçam em estabelecimentos que foram construídos para esta finalidade e que estejam devidamente regularizados”, disse.
Luta antiga
O presidente da Abrabar lembra que há mais de um ano vem apontando tais irregularidades. “Estamos preocupados porque pode tomar grandes proporções, como existe em bairros e comunidades do Rio de Janeiro e São Paulo, nos famosos pancadões, com acesso liberado ao público em geral e sem cuidados com os aspectos sanitários e de segurança”, afirma Aguayo.
A entidade reconhece que, muitas pessoas que não são do meio ou tem um negócio fixo estabelecido, aproveitam a oportunidade das restrições e as proibições de funcionamento das casas noturnas para criarem uma concorrência desleal. “Óbvio que também há pessoas do nosso meio promovendo festas ao ar livre. É um problema que está ocorrendo no Paraná, no Brasil e em todo mundo”.
O presidente da Abrabar acrescenta que as baladas tradicionais, regulamentadas, estão fechadas há quase 18 meses. Destaca que a segurança dos cidadãos depende de autorização do funcionamento das casas noturnas com a maior brevidade possível. “Infelizmente, enquanto não liberar ou houver um protocolo de eventos controlados e monitorados, a tendência é só de aumentar o número de festas e baladas clandestinas ao ar livre”, finaliza.
Principais locais de aglomerações ao ar livre em Curitiba
– Raul Pompéia, no Bairro Cidade Industrial
– Alameda Dr. Carlos de Carvalho, com prudente de Moraes no Centro
– Largo da Ordem, no Bairro São Francisco
– Rua Itupava, no Bairro Alto da XV
– Rua Trajano Reis, no Bairro São Francisco