Fotógrafos registram paisagens humanas da Tríplice Fronteira

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Os olhares da vida cotidiana, com foco na paisagem humana daqueles que vivem na fronteira, refletem a sensibilidade dos fotógrafos Marcelo Marinho e Henrique Gazzola, na concepção da obra “Iguaçu: paisagem humana na Tríplice Fronteira”, um livro fotográfico que dá visibilidade a aspectos pouco observados na paisagem urbana trinacional. O livro busca sensibilizar o olhar para conexões potenciais entre a vida cotidiana das pessoas das três cidades fronteiriças, que formam uma virtual conurbação trinacional, ainda que se encontrem apartadas entre si por fronteiras e pelas curvas dos rios Paraná e Iguaçu.

Para o professor de Literatura da UNILA e um dos autores do livro, Marcelo Marinho, o próprio projeto gráfico foi concebido como um poema. As páginas do livro (disponível nas versões impressa e digital) trazem imagens de pessoas em seus cotidianos, seja no trabalho ou em momentos de lazer. E os autores se propuseram a não identificar a origem do fotografado, omitindo, assim, o país em que a imagem foi registrada. A introdução da obra traz as versões em português, espanhol e guarani. O resultado é revelado em visões diversas sobre uma fronteira em que as pessoas são parte fundamental, num trabalho inspirado nas oficinas realizadas pelo fotógrafo Rogério Ferrari, que contribuiu para a concepção do projeto.

A concepção da obra nasceu com o projeto de pesquisa “Paisagens imaginárias latino-americanas: representações estéticas, da cultura e linguagem”, em convergência com as linhas de pesquisa em que o docente atua no Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada. E o resultado também se constitui na ação de extensão intitulada “Iguaçu ta’anga: paisagens humanas na Tríplice Fronteira”, que se propõe à reflexão sobre as formas de trânsitos culturais, assim como sobre as diferentes instâncias de produção e circulação de saberes e práticas, sempre por meio de imagens plásticas. “A proposta nasceu da necessidade de realização de um ensaio fotográfico sobre a paisagem humana na Tríplice Fronteira, que espelhasse o projeto de pesquisa desenvolvido na UNILA em torno de paisagens imaginárias, que se oferece como ponto de convergência nas disciplinas relativas a Poéticas Latino-Americanas e à Literatura Comparada”, explica Marcelo.

Henrique Gazolla reforça que o trabalho representou um processo de aprendizagem e inserção sobre a fronteira. “Foi um processo bem orgânico, e desenvolvemos uma técnica de abordagem dupla com as pessoas, de conversar e explicar sobre o trabalho e de produzir as fotos. A dinâmica trouxe informações sobre a vida das pessoas, história da cidade que a gente não conhecia”. Houve um compromisso firmado entre os autores e as pessoas fotografadas de que cada uma delas irá receber um exemplar do livro no formato físico.

A publicação, financiada por meio do Fundo Municipal de Incentivo Cultural (Foz do Iguaçu), é parte de um projeto fotográfico e documental que já resultou em exposições no SESC de Foz do Iguaçu e no Ecomuseu da Itaipu. Exemplares da obra estão sendo doados a bibliotecas públicas da fronteira. A última ação dessa natureza ocorreu no dia 31 de maio, quando Marcelo Marinho entregou 80 exemplares da obra à titular da Secretaria Nacional do Turismo do Paraguai, Sofía Montiel de Afara, para que fossem disponibilizados em bibliotecas públicas de Ciudad del Este e região. Além disso, o órgão se propôs a estabelecer um plano de trabalho para um futuro convênio de cooperação com a UNILA, para o desenvolvimento de projetos culturais, historiográficos e educativos.

As informações são da Unila

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