Foz reúne Departamento de Contraterrorismo dos EUA e entidades cambiais da tríplice fronteira

Entre os temas debatidos estão as operações de comércio exterior, frequentemente utilizadas para disfarçar origens ilícitas de recursos, e as operações envolvendo ativos virtuais, apostas e plataformas digitais internacionais

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Foto: Divulgação

Foz do Iguaçu volta a ser o centro do debate estratégico sobre lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e os impactos da digitalização dos fluxos financeiros. O encontro, que acontece amanhã, dia 8, se dá devido às preocupações com o uso crescente de ativos digitais em operações transfronteiriças.

O Departamento de Contraterrorismo dos EUA, por meio da GovRisk e da Bar Association, se reúnem com representantes do mercado de câmbio dos três países. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Câmbio (ABRACAM).

O encontro tem o objetivo fortalecer as parcerias público-privadas no combate ao contrabando, lavagem de dinheiro, novas ameaças ligadas à digitalização dos fluxos financeiros e ao avanço dos criptoativos na Tríplice Fronteira.

De acordo com integrantes do encontro, a região é um epicentro de fluxos comerciais, financeiros e migratórios na América do Sul. Um dos representantes do governo norte-americano afirma que a “diversidade cultural e a intensidade das trocas econômicas tornam a área vulnerável à infiltração de organizações criminosas transnacionais”.

O encontro pretende estreitar parcerias para o enfrentamento à adaptação constante das redes criminosas às brechas normativas, a exemplo das fintechs, e-commerce e carteiras digitais. Um dos pontos de maior preocupação é o uso crescente de moedas virtuais para lavagem de capitais, dada a dificuldade de rastreamento e o caráter pseudo anônimo das transações.

Em um dos paineis, especialistas em governança apresentarão um panorama das normas brasileiras e internacionais de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT), além do papel do Banco Central do Brasil, do COAF e do GAFILAT (Grupo de Ação Financeira da América Latina) no fortalecimento do sistema de controle e supervisão.

Entre os temas debatidos estão as operações de comércio exterior, frequentemente utilizadas para disfarçar origens ilícitas de recursos, e as operações envolvendo ativos virtuais, apostas e plataformas digitais internacionais, que ampliam o alcance e a complexidade da supervisão.

Especialistas defendem uma cooperação público-privada mais intensa, com uso de tecnologias de big data e análise preditiva para detecção precoce de padrões suspeitos.

A presidente da ABRACAM, Kelly Gallego Massaro, diz que o encontro é parte de uma agenda de capacitação e articulação institucional, com foco na convergência regulatória entre os países do Mercosul. “A Tríplice Fronteira é, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade. É preciso combinar inovação regulatória e cooperação regional para fortalecer a integridade financeira do continente”, disse.

O evento é gratuito e destinado a profissionais do mercado financeiro.
Local: Viale Tower Hotel, Endereço: Av. Jorge Schimmelpfeng, 232 – Centro – 8h30 às 18h – Foz do Iguaçu


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