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Foz do Iguaçu abriga moradores de 95 nacionalidades e 29 etnias

O Yglota reúne voluntários de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú na Argentina, e Ciudad del Este e Assunción, no Paraguai.
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Foto: Arquivo/redação

Foz do Iguaçu está no centro de uma região trinacional de Brasil, Paraguai e Argentina e abria representantes de 95 nacionalidades e 29 diferentes etnias. A afirmação está amparada no 1º Relatório de Nacionalidades e Etnias da Região Trinacional do Iguaçu, catalogado pelo Instituto Yglota de Poliglotismo e Integração, que trabalha na aproximação dos povos pelo idioma. Os números, levantado junto aos órgãos de imigração, foram divulgados na noite desta sexta-feira (28) na Fundação Cultural do município.

O Yglota nasceu em Foz do Iguaçu, com a missão de aproximação dos povos por meio dos idiomas, informa o presidente do instituto, Otto Mendonça. A ideia surgiu durante um dos eventos realizados em 2022,  o 1º Encontro Internacional de Poliglotas, quando foi identificada a lacuna importante de informações a esse respeito – “todos falam que Foz do Iguaçu tem 81 etnias, mas ninguém parou para pesquisar a fundo”.

“Colocamos essa pauta embaixo do braço e fizemos um relatório de distribuição gratuita em favor da cidade e da Região Trinacional”, ressaltou Mendonça. O Instituto também realizou o 2º  Encontro Internacional de Poliglotas em 2023 em Puerto Iguazú (Argentina), evento declarado de utilidade pública pelo Honorável Conselho Deliberante do município.

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Na oportunidade houve também o lançamento do Dicionário de Expressões Populares da Tríplice Fronteira, de autoria do argentino Hugo López.

Perspectivas

O trabalho do instituto, segundo o presidente, tem duplo objetivo – definir parâmetros, conceitos e características do que é o poliglotismo que é essa faculdade ou a habilidade de se falar e ajudar as pessoas a falar vários idiomas. “Por um lado, como que os poliglotas vão contribuir para sociedade, ou seja, por meio dos idiomas conseguimos integrar povos, culturas e nações, que é justamente a parte da integração e essa é a nossa missão, aproximação dos povos por meio dos idiomas”.

O Yglota reúne voluntários de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú na Argentina, e Ciudad del Este e Assunción, no Paraguai. “Importante dizer que já nasce trinacional na base, com vistas a trabalhar na América do Sul e com parceiros no mundo todo, alinhados a nossa missão institucional”, informou Otto Mendonça.

A pesquisa que resultou no relatório sobre nacionalidades e etnias partiu deste esclarecimento, saber quantas nacionalidades e quantas etnias estão presentes na região. “A nacionalidade vem de nação. O que que é uma nação? Um estado nação é historicamente construído a partir dos séculos 16, 17, 18, desde a Europa, que define basicamente um território, uma população e um vínculo jurídico entre essa população que está nesse território e uma camada estatal, uma camada que ali governa”.

“Ou seja, com um poder executivo, legislativo, judiciário, como é o caso do Brasil, um país”, ressaltou. Para entender o que é etnia, é preciso entender que dentro de cada nação, de cada país, pode ter diversas etnias, que são pessoas que tem afinidades comuns seja de origem, seja de língua, seja de culturas ou tradições, “mas não necessariamente um vínculo jurídico”, ressaltou.

Contexto

Para o relatório, o instituto conseguiu reunir dados que estão disponíveis publicamente na página da Política Federal, no diretório de Imigração, dos registros das pessoas que ingressam no território brasileiro. “A partir disso, é possível mostrar quantos imigrantes ou quantas pessoas que entraram no território por região, por localidade. Com isso foi capaz de levantar as informações”.

Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

“Outra coisa importante é que pegamos o acumulado. Que que isso significa? Nós temos dados de 2010 a 2022 nesse relatório. O que está justamente é a série histórica temporal disponibilizada pelos dados. É claro que quando a gente faz pesquisa ainda mais internacional esbarra em algumas dificuldades”, ponderou Mendonça. Isso ocorre devido que não há os mesmos dados disponíveis em todos os países. “Esse é um problema evidente”, disse.

O segundo empecilho é que os dados de certo modo limitam, ou melhor dizendo, condicionam a pesquisa. “Então, os dados que a gente tem de 2002 a 2020 mostram que temos presentes em Foz do Iguaçu e 29 etnias e 95 nacionalidades”, afirmou. Para identificar as etnias, o Yglota utilizou dados da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), que tem estudo sobre a maioria dos povos da América Latina.

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