Foz do Iguaçu aderiu nesta semana ao Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru, do Estado do Paraná, que prevê restaurar o trajeto, conectando municípios e promovendo um turismo de trilhas no território. A confirmação da adesão foi recebida durante esta semana.
Para o secretário de Turismo de Foz, Jin Petrycoski, a iniciativa é uma oportunidade para garantir a cidade uma nova experiência de ecoturismo. “Eu acredito que esse resgate da ancestralidade é muito importante para o estado do Paraná como um todo. E, para Foz do Iguaçu é muito bacana, porque vai criar mais um atrativo dentro do segmento de natureza e aventura”, explica.
Peabiru vem do termo Peabeyú, que na língua Guarani significa “Caminho Antigo de ida e volta” ou “Caminho Gramado Amassado”. Ele foi uma rota ancestral de 3 mil quilômetros de extensão, muito utilizada historicamente pelos povos indígenas Guarani, Kaingang e Xetá, por ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico e passar por países como Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil. Segundo dados do Estado do Paraná e com base em pesquisas da temática, figuras históricas como São Tomé, Aleixo Garcia e Cabeza de Vaca também já teriam passado pelo Caminho.
Em 2022, pelo Projeto de Lei Estadual nº 21.046/2022, a rota já tinha sido declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Paraná, por percorrer, em seus anos de glória, 84 municípios e dois distritos do estado, sendo Foz do Iguaçu um deles.
Já em 2024, por meio do Decreto nº 8.025, foi publicado o Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru, com o objetivo de restabelecer o trajeto, fortalecer corredores ecológicos, conectar municípios e fomentar a economia e o turismo municipal, através de trilhas. Até o momento, dos 86 territórios (84 municípios e dois distritos), 75 aderiram ao programa. E outros 15, que fazem divisa com as cidades que o caminho passava, também começaram a integrar a rota, totalizando 90 cidades participantes.
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Atualmente, não há mais um caminho histórico concreto e delimitado em sua totalidade, já que, devido ao desenvolvimento urbano, muitos dos vestígios que os povos originários usavam para marcar as rotas se perderam. Por isso, o Programa não tem a pretensão de seguir a risca o mesmo trajeto, e sim desenvolver um percurso simbólico que homenageie e valorize a história do estado. São mais de 700 sítios arqueológicos e 1,5 mil quilômetros que serão resgatados.
Conforme explica a coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da SETU-PR, Anna Vargas, o projeto busca também conectar, com trilhas de longo curso, o estado do Paraná de leste a oeste. “A visão do Estado é fomentar justamente o ecoturismo, a conexão entre atrativos já existentes no território, a valorização dos corredores de biodiversidade e promover o turismo que gera qualidade de vida, para quem pratica e para quem reside nos locais onde esse programa vai passar”, explica a coordenadora.
Após a adesão desta semana, o próximo passo é definir a rota de cada município, incluindo a de Foz do Iguaçu. A Prefeitura Municipal deve desenvolver o estudo em parceria com a comunidade local, a fim de garantir que o trajeto seja um reflexo das características da cidade, atenda às expectativas da população, assim como o viés ambiental e turístico.
Em seguida, o Programa também prevê a estruturação de infraestruturas necessárias, trabalho promocional de divulgação a moradores e turistas, educação ambiental, entre outras pautas.
O Programa
O Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru é coordenado pela Secretaria de Estado do Turismo do Paraná (Setu-Pr), com participação direta da Secretaria de Planejamento do Estado do Paraná (SEPL- Pr), e da Paraná Projetos, em parceria com a Rede Brasileira de Trilhas, uma entidade civil e associação sem fins lucrativos, composta por trilhas nacionais, regionais e locais que tem como objetivo interligar municípios e estados no Brasil, obtendo benefícios de recreação, conservação e geração de renda.
Já em Foz do Iguaçu, a iniciativa conta com a coordenação direta da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu (SMTU).