Ações foram definidas em reunião com diretora de Migração e vice-ministro do Interior do Paraguai, governador de Alto Paraná, prefeitos e representantes de entidades e de órgãos municipais, estaduais e federais.
Em reunião com ampla representatividade, nesta quarta-feira, 30, autoridades e lideranças do Brasil e Paraguai avançaram na definição de medidas integradas para a reabertura da Ponte Internacional da Amizade. A data da retomada do trânsito e das atividades econômicas fronteiriças será determinada pelos presidentes dois países vizinhos.
Promovido pelo Codeleste e Codefoz, conselhos de desenvolvimento que atuam na fronteira, o diálogo reuniu a diretora nacional de Migração do Paraguai, Ángeles Arriola; o vice-ministro do Interior do país vizinho, Euclides Acevedo; o governador de Alto Paraná, Roberto González; e os prefeitos de Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, Miguel Pietro e Chico Brasileiro.
Também participaram representantes de entidades da sociedade civil organizada, órgãos municipais, estaduais e federais brasileiros e paraguaios.
“Estamos trabalhando em conjunto para acordar como vai funcionar a reabertura da Ponte da Amizade e os cuidados sanitários que deverão ser implantados para termos todas as regras definidas previamente”, afirmou Ángeles Arriola. “Para nós, a decisão sobre a reabertura é iminente e será tomada entre os presidentes do Paraguai e do Brasil”, pontuou.
Presidente do Codeleste, Linda Tayen relatou que as autoridades dos dois países pactuaram, na reunião, que a reabertura da ponte deverá ser gradual e segura, iniciando pelo trânsito a moradores da fronteira. “Em seguida, serão feitas avaliações para ampliar esse acesso, evoluindo até a reabertura total.”
Segundo ela, ficou acordado que o controle sanitário de quem atravessar a fronteira será intensificado nas cidades fronteiriças. “Um documento comum será divulgado com os compromissos das duas cidades para esse trabalho integrado”, frisou.
Assistência à saúde
Para o presidente do Codefoz, Mario Camargo, uma das preocupações em relação à retomada do acesso pela Ponte da Amizade é a estrutura de saúde pública. Ele frisa que as administrações do Brasil e Paraguai devem atuar em conjunto para reforçar as condições de atendimento às pessoas, principalmente com a ampliação de leitos hospitalares em Ciudad del Este.
“Entendemos ser necessário que o Paraguai demonstre sua capacidade real para o atendimento em saúde”, explicitou Mario. “Sem isso pode ocorrer sobrecarga no sistema público do lado brasileiro, levando ao risco de novas medidas restritivas. Precisamos evitar isso com planejamento e investimentos imediatos”, defendeu.
Prefeituras de Foz e Ciudad del Este
O fortalecimento da rede de atendimento à saúde também foi preocupação destacada pelo prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, durante a reunião. Ele afirmou que o planejamento integrado para a reabertura da ponte deve ir além da definição dos protocolos sanitários, incluindo um plano assistencial.
“Não dá para fazer a abertura colocando em risco o sistema assistencial, pois pagaríamos um preço muito alto e a imagem da fronteira seria prejudicada”, enfatizou Chico Brasileiro. “As equipes de saúde precisam levantar o que temos e o que precisamos em termos de atendimento assistencial para apresentar aos governos dos dois países”, ponderou.
Prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto apresentou uma radiografia da oferta de leitos hospitalares no município e reiterou o comprometimento da administração com a realização de controle e fiscalização sanitária no município. Ele também defendeu que o acesso à Ponte da Amizade seja simplificado, sem excesso de burocracia.
“Nos comprometemos em colocar todas as forças para realizar um controle rigoroso das questões sanitárias em shoppings, comércios e lojas”, ressaltou Miguel Pietro. “Hoje, estamos mais preparados com nossa estrutura de saúde, com grande parte das vagas em leitos na cidade desocupada”, relatou.
Representação
Participaram da reunião representantes das seguintes instituições do Paraguai: Ministério do Interior, Diretoria Nacional de Migração, Chancelaria, Ministério da Saúde, Vigilância Sanitária, Ministério das Relações Exteriores, governo de Alto Paraná, prefeitura de Ciudad del Este e Codeleste.
Do Brasil, as instituições representadas foram: Prefeitura de Foz do Iguaçu, Itaipu Binacional, Secretaria de Saúde do Paraná, 9ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Codefoz, ACIFI, Polícia Rodoviária Federal, Alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Anvisa/Foz do Iguaçu e Câmara Técnica de Saúde do Codefoz.
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