Foz do Iguaçu quer acelerar as multas e restringir direito de quem não combate a dengue

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Prefeito Nilton Bobato falou das mudanças que estão sendo estudadas no decreto que permite a limpeza de terrenos baldios

A Prefeitura de Foz do Iguaçu quer modificar o decreto que permite a limpeza de terrenos baldios, para acelerar a aplicação de multas e restringir direitos dos proprietários que não cuidam do patrimônio. A informação é do prefeito em exercício Nilton Bobato, ao falar sobre as ações para evitar uma epidemia da doença. Neste sábado (18), será realizada uma grande ação nos bairros próximos à fronteira do Paraguai, adianta Ronildo Pimentel, no GDia.

“A primeira iniciativa que vamos fazer, a partir da semana que vem, é modificar o decreto que possibilita a limpeza de terrenos baldios, para acelerar o processo”, disse Bobato, em conversa com a imprensa na manhã desta sexta-feira (17). “Em caso de terreno baldio, que o município possa fazer a limpeza imediatamente e cobrar a multa posterior. Não perder tempo com burocracia”, disse.

O prefeito lembrou que, no ano passado, foram emitidas 344 multas e 449 notificações, significando que 344 não cumpriram o processo. “Então, temos que acelerar este processo, fazendo a notificação, dar um prazo e se não for limpo, o município vai assumir isto e cobrar por isto também”.

“(Vamos) tentar criar alguns impedimentos para que este cidadão não tenha alguns benefícios que outros cidadãos tem”, adiantou Bobato. A intenção, ainda de acordo com o prefeito, é que o proprietário “seja punido por não cuidar do seu patrimônio”, frisou ele, sem antecipar quais seriam as punições.

Contexto
Em 2019 foram feitas pelos agentes de saúde 365 mil vistorias em imóveis em Foz do Iguaçu. No último trimestre do ano, foram recolhidos 7.700 toneladas de entulho e lixo de pontos de bota-fora. No primeiro mês de 2020, 378 toneladas já foram encaminhadas ao Aterro Sanitário.

Na avaliação de Bobato, a situação preocupa e sem a participação da população não há combate ao Aedes aegypti e a dengue. “Não é possível combater o inseto e a doença somente com o poder público agindo. É preciso que cada um faça sua parte na sua casa, na sua comunidade, no seu bairro”, destacou.

O prefeito falou ainda em relação aos imóveis da Prefeitura que também necessitam de limpeza. “Nós estamos organizando nossas equipes para que rapidamente qualquer situação de mato em terreno público seja resolvido também rapidamente”, disse.

Bobato lembrou que, se o município tem que cuidar de terreno particular, diminui as equipes para cuidar de terreno público. “Então, temos que tentar fazer as duas coisas”. As denúncias, segundo ele, também podem ser feitas pelos telefones: 0800 450 156 ou pelo whatsapp do CCZ: (45) 99997-4448.

Panorama
Na reunião, também foram apresentados dados das regiões mais preocupantes devido a maior presença do mosquito. “Não há bairros que os cuidados devam ser menores, pois todos devem cuidar de suas casas”, orientou o chefe do CCZ, Carlos Santi.

Um dos sinais de alerta também está nas cidades vizinhas. “Lidamos com subnotificações tanto no Paraguai quanto na Argentina e isso vai se refletir diretamente aqui, por isso todos devem estar em alerta”, comentou Santi.

O levantamento aponta que 63% dos criadouros pertencem aos grupos B e D2, ou seja, objetos de fácil remoção (garrafas, vidros, latas, embalagens plásticas) dispostos de forma irregular pela população o que possibilita o acúmulo de água, e aumentando ainda mais os índices do mosquito.

Município acelera combate no distrito oeste neste sábado, 18

A Prefeitura de Foz do Iguaçu preparou para este sábado (18), a partir das 8h, uma grande mobilização de combate à dengue. A ação terá como foco o distrito oeste que abrange o Jardim América, Jardim Central, Vila Paraguaia e Vila Portes, todos próximos a Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai.

A concentração será no Parque Monjolo. No local estarão 250 agentes de endemias e voluntários que irão visitar às casas dos bairros e promover a distribuição de sacos de lixo e desobstrução de galerias e bocas de lobo.

A ação tem como base os números de casos de dengue divulgados durante a semana. São 158 casos confirmados desde o início do ano epidemiológico em agosto de 2019, e também do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti), apontando a presença quatro larvas do mosquito a cada 100 residências.

Do total de casos confirmados de dengue, 135 são dos grupos A e B (dengue comum). O grupo C (dengue com sinais de alarme), registrou 21 casos, e o D (dengue grave), apenas dois casos. Circulam na cidade os sorotipos DENV-2 e DENV-4.

No primeiro LIRAa do ano, realizado de 6 a 10 de janeiro de 2020, o índice geral foi de 3,21% . O número mantém o município em médio risco para epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, de acordo com a classificação do Ministério da Saúde.

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