Documento assinado pelo prefeito Chico Brasileiro, Câmara Municipal, Codefoz e Comtur e enviado ao ICMBio que propostas das cidades lindeiras está sendo refutada na elaboração do edital
Em carta ao presidente do ICMBIo, Fernando Cesar Lorencini, representantes de Foz do Iguaçu apontam que a maioria das propostas elencadas pelas cidades lindeiras está sendo refutada na elaboração do edital de licitação da nova concessão do Parque Nacional do Iguaçu.
“Praticamente a totalidade dos pleitos foi refutada, indicando um notável recrudescimento dos termos contratuais da concessão vindoura”, diz o documento assinado pelo prefeito Chico Brasileiros e pelos presidentes Ney Patrício (Câmara de Vereadores), Felipe Gonzalez (Codefoz) e Yuri Benites (Conselho Municipal de Turismo).
As propostas já elencadas versam desde a destinação dos recursos advindos da outorga em investimentos no parque e nos municípios lindeiros à manutenção de política de ingressos com preços diferenciados para moradores lindeiros, brasileiros e visitantes dos países do Mercosul.
A carta aponta ainda outras cinco propostas: a destinação de percentual fixo da receita anual da concessionária na promoção, marketing e divulgação do parque e entorno; a implantação de sistema de transporte em monotrilho; modelagem que equilibre a relação entre investimentos e valor de ingresso mais acessível; a participação dos municípios lindeiros na gestão contratual; e a participação dos lindeiros no acompanhamento de indicadores de desempenho da concessionária.
“Em resposta às adequações postuladas, a equipe responsável pelo projeto licitatório apoiou, apenas, a adoção de uma política tarifária mais acessível para moradores lindeiros e a possibilidade de destinação de percentual da receita em ações de promoção, marketing e divulgação”, reafirmou o documento.
Estratégia
Os iguaçuenses reiteraram ainda como imprescindível a tarifa diferenciada aos visitantes brasileiros e dos países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). “Entendemos que, ao contrário do expressivo encarecimento, na ordem de 140%, a tarifa diferenciada deve ser estratégia de estímulo da noção de pertencimento e valorização das unidades de conservação do país, com a manutenção de valores de ingressos mais acessíveis, minimizando o risco de elitizar e diminuir ainda mais a visitação de tais espaços públicos naturais”.
Para os turistas do Mercosul, o documento defende a reciprocidade e integração regional consolidada com o parque no lado argentino, onde a concessão é economicamente viável mesmo com tarifas de ingressos acessíveis, inclusive com gratuidade para moradores locais, aposentados, entre outros visitantes.
Quanto à destinação de recursos para divulgação turística, a carta reitera como imperativo o aporte de, no mínimo, 2% do faturamento bruto da concessionária. “Entendemos também que, há pelo menos cinco décadas, a promoção turística do parque tem sido um ônus assumido, exclusivamente, pelas instituições e pelos empreendedores que junto com o poder público formam a governança turística do destino”.
A tarifa diferenciada e a promoção, segundo os iguaçuenses, atendem efetivamente ao princípio da sustentabilidade, que busca compatibilizar a proteção dos recursos naturais, sua utilização e a produção de riqueza, “É imperativo que o projeto licitatório seja aprimorado, de modo a possibilitar com que tal riqueza seja distribuída de modo equânime junto à comunidade do entorno ao Parque Nacional do Iguaçu”.