Foz do Iguaçu tem 22.843 pessoas vivendo em “favelas” urbanas. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com base na análise do Censo de 2022. O número corresponde a 8% do total de 295.500 habitantes do município.
Também conforme o levantamento, a Terra das Cataratas possui 33 comunidades de periferia, espalhadas em diversas regiões. Cada local abriga, em média, 240 domicílios, totalizando 8.035 espaços.
O IBGE agora usa o conceito de favelas e comunidades urbanas, classificados como territórios populares originados de estratégias da população para “atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.
As moradias, em geral, são simples, mas a maioria possuía água encanada, luz elétrica, coleta de lixo e banheiro adequado. Quanto à conexão com esgoto, apenas 56% das casas está conectada à rede nessas regiões.
Do total de moradores, pouco mais de 7 mil são idosos, com 60 anos ou mais. No geral, a idade média dos cidadãos que residem nas “favelas” da fronteira gira em torno de 27 anos, sendo que mais de 91% são alfabetizados.
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Dentre as diversas comunidades, destaca-se a do Cemitério, localizada na região central. Nela residem 568 pessoas, divididos em 208 moradias. Outra região bastante conhecida é a Guarda Mirim, onde moram 547 pessoas, em 203 residências.
O levantamento do Censo identificou 34 templos religiosos nas dependências das comunidades e apenas dois estabelecimentos de ensino. Não foram contabilizados espaços voltados à saúde.
Na mesma categoria de “favelas” também estão inclusas as comunidades urbanas, ou como são comumente denominadas: ocupações. A maior delas em Foz é o Bubas, onde, segundo o IBGE, há mais de 1,4 mil moradias (considerou-se apenas as instaladas em área identificada pelo instituto como periférica).
No Paraná foram identificadas 636 favelas, ocupadas por 442.100 moradores. Um total de 165.585 estão instalados nessas localidades. Em nível nacional, o estado ocupa o 7° lugar entre as regiões com o maior número de comunidades de periferia, atrás de São Paulo (3.123), Rio de Janeiro (1.724), Pernambuco (849), Pará (723), Ceará (702) e Minas Gerais (653).
Cenário no Brasil
O Brasil tem quase 16,4 milhões de pessoas morando em áreas de favela, o que representa 8,1% da população total do País. Ao todo, são 12,3 mil favelas ou comunidades urbanas no País. A pesquisa aponta que elas estão concentradas em 656 cidades, o equivalente a menos de 12% do total de municípios. A Rocinha, no Rio, hoje é a maior favela do País, com 72 mil moradores. Em segundo lugar, está a Sol Nascente (DF), com 70,9 mil habitantes.
A população das favelas é mais jovem que a média do país, segundo a pesquisa. O censo aponta que a idade mediana da população do País é de 35 anos, e 30 anos nas Favelas e Comunidades Urbanas.
As proporções de pardos (56,8%) e pretos (16,1%) na população residente em favelas e comunidades Urbanas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%).
Com informações do GDia