Mais de 8,9 mil jovens e adultos em Foz do Iguaçu não sabem ler e escrever. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última semana através do levantamento do Censo 2022. O número revela um índice de analfabetismo no município de 3,9%.
De acordo com a pesquisa, em 2010 o índice de pessoas com 15 anos ou mais que não possuíam alfabetização era de 5,6% na Terra das Cataratas. No comparativo dos últimos 12 anos, a cidade conseguiu uma redução de 1,7% nos números.
Ainda conforme o levantamento, a falta de escolaridade na fronteira é predominante no grupo dos idosos acima dos 65 anos, sendo mais evidente entre os moradores que tem 80 anos ou mais. As mulheres negras lideram o ranking, evidenciando as desigualdades raciais e de gênero.
Já entre os alfabetizados, os melhores índices correspondem aos grupos com idades de 15 a 34 anos, que apresentam uma taxa de 99% de pessoas instruídas. No grupo dos 35 aos 44 anos a taxa é de 98%. Na faixa etária dos 45 anos em diante há um declínio expressivo no número de alfabetizados.
No Paraná, Foz ocupa quase a 20ª posição na classificação crescente das cidades com menores índices de analfabetismo. No Oeste o município se saiu um pouco melhor, ficando à frente de Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Matelândia, mas perde ainda para Medianeira e Cascavel. Na lista nacional a cidade aparece na 728ª posição.
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Em nível Estadual, o cenário é mais promissor, com redução de dois pontos percentuais na taxa de analfabetismo entre 2010 e 2022. Neste intervalo de tempo de 12 anos, a proporção de pessoas residentes no Paraná que não sabem ler e escrever caiu de 6,3% para 4,3%, alcançando o menor índice histórico. Em 2000 a taxa era de 9,5%. Ainda assim, há quase 400 mil pessoas sem instrução.
O índice de analfabetismo estadual está abaixo do índice nacional, que é de 7% de acordo com o levantamento. Entre os estados brasileiros, o Paraná ocupa a 6ª colocação. O ranking é liderado por Santa Catarina, que registrou 2,7% de analfabetos entre a população com 15 anos ou mais; seguida pelo Distrito Federal (2,8%) e São Paulo (3,1%). Com isso, a taxa de alfabetização do Paraná saltou de 93,7% para 95,7%.
Dos 399 municípios paranaenses, 316 apresentam taxas de analfabetismo abaixo dos dois dígitos. Depois de Curitiba, as cidades com melhores indicadores são Quatro Pontes, onde 1,6% da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever, Maringá (2%), Pinhais (2,2%), Rio Negro (2,2%), Ponta Grossa (2,3%), São José dos Pinhais (2,4%), União da Vitória (2,6%), Fazenda Rio Grande (2,6%), Piên (2,7%) e Paranaguá (2,7%).
Cenário no Brasil
Dados do Censo mostram que 7% dos brasileiros acima de 15 anos não sabem ler e escrever um bilhete simples, isso corresponde a 11,4 milhões de pessoas. No Censo 2010, a taxa de analfabetismo era de 9,6%.
O analfabetismo na Região Nordeste continuou sendo o dobro da média nacional. A região registrou 14,2% de pessoas analfabetas no Censo de 2022, a média nacional é de 7%. Em 2010, as taxas eram, respectivamente, 19,1% e 9,6%. É a região com a taxa de analfabetismo mais alta do país.
Depois do Nordeste, vem a região Norte, com 8,2% da população analfabeta. Na região Centro-Oeste e no Sudeste, esse número é de 5,1% e 3,9%, respectivamente. A Região Sul continuou com a menor taxa de analfabetismo, com 3,4% em 2022.