Sistema tem déficit de 20 médicos de 40 horas que poderá ser sanado caso a Opas aceite continuar o convênio
A Secretaria Municipal de Saúde vai consultar, na próxima semana, a Organização Panamericana de Saúde (Opas), sobre a possibilidade de manutenção dos cubanos do Mais Médicos em Foz do Iguaçu. Com a saída de Cuba do programa do Ministério da Saúde (MS), a cidade poderá perder nove médicos que garantem atenção básica em saúde para aproximadamente 36 mil pessoas. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a criticar os profissionais nesta sexta-feira (16). As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
Foz do Iguaçu tem atualmente 40 equipes do Programa Saúde da Família (PSF), sendo que 27 deste total, conta com profissionais do programa mais médicos. A secretária de Saúde de Foz do Iguaçu, Kátia Yumi Uchimura, informou ao Gazeta Diário que, logo após tomar conhecimento da decisão das autoridades de Cuba de sair do programa, iniciaram os estudos para repor os quadros sem afetar à população.
Das 27 equipes com médicos do programa, nove são de profissionais cubanos, além de dois intercambistas. “Serão afetadas cerca de 36 mil pessoas por essa situação, em Foz do Iguaçu”, disse Kátia. Segundo ela, a Prefeitura já tem previsto a realização de concurso para médicos em 2019. “Na próxima semana consultaremos a Opas sobre a possibilidade de convênio direto entre o município para a manutenção desses profissionais”, adiantou.
“As consequências (com a saída deles), no curto prazo, seria a desassistência. Mas atuaremos preventivamente no sentido de evitar ou minimizar esse cenário”, completou a secretária. Kátia acredita que, se possível fazer um convênio direto, será possível chamar mais médicos, além de manter os cubanos.
Ela confirmou o déficit de 20 médicos de 40 horas no sistema público de saúde de Foz do Iguaçu. Caso a Opas concorde na manutenção do programa, será possível suprir esta demanda, adiantou. “O Mais Médicos é coordenado pelo Ministério da Saúde. Se houver banco de reserva, essas vagas também podem ser preenchidas por médicos de outras nacionalidades, inclusive brasileiros”, conclui a secretária.
Contexto
A saída de Cuba do Mais Médico é resultado das críticas feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro ao programa. Com a decisão, o país poderá perder mais de 8,5 mil profissionais que atuam nas equipes de PSF, principalmente nas áreas longe dos grandes centros populacionais.
A expectativa em Foz do Iguaçu, caso não avance a proposta do município de manter diretamente o programa, é que o edital que será lançado pelo MS, garanta profissionais para as 36 mil pessoas que ficarão sem os médicos do PSF. O Mais Médicos foi criado em 2013. Inicialmente era para ficar três anos, depois foi renovado pelo MS.
A vereadora Rosane Bonho, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, disse que irá procurar os demais integrantes do grupo para discutir uma solução antecipada com o Executivo e sociedade “Precisamos ficar atentos para buscar uma solução. Nos próximos dias vou convocar os membros para juntos com o Executivo debater uma ação emergencial”, afimou.