Fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu enfrenta falta de estrutura para fiscalização sanitária

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Foto: Reprodução/City Tour Argentina

A passagem de fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu é a mais movimentada da Argentina. Em determinados horários, o movimento é o dobro do registrado no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires. Um milhão de pessoas entram e saem todos os meses.

No entanto, para fiscalizar se os requisitos sanitários estão sendo cumpridos, há hoje somente um funcionário. Dos quatro que havia antes, dois foram demitidos e outro se aposentou.

“A tarefa de uma só pessoa é quase impossível de ser realizada”, lamentou o coordenador regional de Saúde da Fronteira, Walter Villalba, em entrevista ao jornal Primera Edición, de Misiones.

A província de Misiones conta com dois centros de saúde de fronteira, construídos e inaugurados em 2020 — um em Posadas e outro em Puerto Iguazú. Mas os dois permanecem fechados desde 2021 e só abrem para servir como local de descanso para a Gendarmería. O de Puerto Iguazú está ainda pior: foi vandalizado, arrombado e teve muitos itens furtados.

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O problema deriva da burocracia argentina. Em 2021, o Ministério da Saúde transferiu temporariamente as instalações para a Saúde Pública de Misiones, mas não concluiu a transferência administrativa e patrimonial.

Em 2023, a Secretaria Nacional de Obras Públicas transferiu os ativos desses centros e do hospital modular para o Ministério da Saúde, mas apenas os ativos do hospital modular foram repassados à província de Misiones. Os dois centros de saúde fronteiriços ainda são tombados como patrimônio nacional.

A Argentina tem mais dois centros de saúde de fronteira: o de Concordia, na província de Entre Ríos, e o de Santo Tomé. O primeiro está sendo efetivamente utilizado, graças ao governo da província, que nomeou funcionários e mantém uma área para gerenciar emergências epidemiológicas e climáticas.

Já o de Santo Tomé foi terceirizado por muito tempo e tornou-se privado. Há dois funcionários do governo, mas com responsabilidades muito limitadas, de acordo com Villalba.

Para ele, o governo quer isso mesmo: privatizar tudo o que for possível. Villalba critica o governo por ter fechado o Instituto de Medicina Tropical e o Instituto Nacional do Câncer, entre outras medidas que, no entender dele, colocam em risco a saúde da população.

Fonte: Portal da Cidade


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