O governador de Alto Paraná, Roberto Gonzalez Vaesken defendeu nesta segunda-feira a reabertura da Ponte da Amizade no prazo de 15 dias. Ele disse que a população vive a pior crise da história com o fechamento da fronteira em função do coronavirus.
Vaesken tem publicado em sua conta no Facebook que a população de seu departamento “é dona do seu próprio destino” e defende a reabertura da ponte, contrariando o presidente Mario Abdo Benítez e o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, que só querem a reabertura da ponte quando a pandemia estiver controlada no Brasil.
“Estamos trabalhando com firmeza para controlar a pandemia e aconselhamos todos a tomar os cuidados para evitar a propagação do vírus. Ao mesmo tempo, lutamos pela reabertura da ponte dentro de 15 dias porque a população não suporta mais essa crise”, escreveu ele.
Em entrevista a uma rádio de Ciudad del Este, o governador disse que para reabrir a ponte, a população terá de seguir todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias.
Ainda se recuperando de covid-19, que contraiu há duas semanas, o governador lamentou que a fronteira continue fechada: “Ciudad del este está morrendo economicamente e nós precisamos reativar a economia, mas isso depende da reabertura da ponte”, disse ele.
“Hoje estou de acordo com que se abra a fronteira. Em todo o mundo se abriram as fronteiras. O Estado não vai poder suportar isso por muito tempo. É algo (covid-19) com que teremos que conviver. O uso de máscaras deve ser obrigatório. Deve-se respeitar as medidas sanitárias. Já não se pode paralisar o país”, acrescentou Vaesken.
O governador tem em mente que os contágios acontecem em momentos de ócio, como numa visita a familiares, quando há troca de abraço, ou numa confraternização com bebidas. “Ali se multiplicam os casos”, disse.
Desinfecção
Na mesma entrevista o governador informou que a sede do governo de Alto Paraná vai fechar as portas a partir desta quarta-feira, 26, para uma desinfecção completa, já que há vários funcionários com covid-19, em quarentena domiciliar. “Na segunda, tudo voltará ao normal”, explicou
Cidade agoniza
Lideranças empresariais de Ciudad del Este tem dito que a cidade agoniza com o grande número de falência e desemprego. A Câmara de Comércio já fala em perdas mensais de US$ 500 milhões devido ao encerramento das vendas no microcentro em pelo menos cinco mil lojas. Eles apontam que o delivery de fronteiras até agora não passa de um compromisso, porque a Chancelaria Nacional continua a fazer esforços com o Brasil para que os bens possam ser incluídos no nível de compra de US$ 500 dólares, que é suspenso com o fechamento da fronteira.
“Entrega não é suficiente, mas com isso podemos competir de alguma forma, aguardando a normalização do movimento (…). Grande parte dos trabalhadores não podem vender on-line, por isso é preciso encontrar alternativa para todos”, destacou o empresário Said Taijen, da Câmara de Comércio e Serviços de Ciudad del Este.
Por: GDia