Os argentinos da província de Buenos Aires foram às urnas neste domingo (7) para escolher os novos legisladores provinciais. Após a apuração de 93,21% dos votos, o candidato Axel Kicillof, do Partido Justicialista, venceu com 47,12%, contra 33,8% do partido de Javier Milei, La Libertad Avanza.
Desde a divulgação das primeiras parciais, milhares de eleitores foram para a frente da casa da ex-presidente Cristina Kirschnner comemorar. O resultado das urnas aponta para uma derrota acachapante do presidente Javier Milei, menos de dois anos após chegar ao cargo.
O Partido Justicialista, representante da oposição peronista nas eleições, ganhou com uma margem muito maior do que a prevista por pesquisas eleitorais, reafirmando o desgaste político que o governo atual vem enfrentando nas últimas semanas, após uma rígida política de austeridade que diminuiu investimentos na saúde, educação e previdência.
“As pesquisas, Milei, gritaram que não se pode desfinanciar a saúde, a educação, as universidades, a ciência ou a cultura na Argentina”, disse Kicillof após a apuração.
Após reconhecer a derrota, Milei se pronunciou a favor de sua política de austeridade: “Continuaremos defendendo ferozmente o equilíbrio fiscal. Continuaremos mantendo a forte restrição monetária”, disse o presidente argentino.
O escândalo de corrupção envolvendo a Secretária Geral da Presidência, Karina Milei, irmã do presidente, é outro fator que marcou a política argentina dias antes das eleições em Buenos Aires. Áudios vazados por Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional de Discapacidade (Andis), acusam Karina Milei de receber 3% de propina de indústrias farmacêuticas para a compra de medicamentos para a rede pública. O esquema movimentava cerca de US$ 800 mil por mês.
Segundo a imprensa argentina, o nome de Karina Milei foi rasurado com o termo “3%” na lista de votantes na entrada do colégio eleitoral onde ela votou durante as eleições.

Buenos Aires possui 14 milhões de eleitores, representando cerca de 40% do total de votos nacionais. O grande percentual eleitoral faz de Buenos Aires um termômetro para as Eleições Legislativas Nacionais, que ocorrerão em 26 de outubro, nas quais o partido governista buscará reverter sua atual minoria em ambas as casas do Congresso, a fim de avançar com as propostas políticas de corte de gastos que vêm sendo revertidas pelos deputados e senadores.
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