Greve de caminhoneiros do Paraguai deixa postos de Ciudad del Este sem combustível

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foto: Wilson Ferreira/Última Hora

A cena está virando rotina em Ciudad del Este. Condutores chegam com seus veículos nos postos de abastecimento e são surpreendidos pela falta do produto. Isso está ocorrendo devido à greve dos caminhoneiros, que desde a última semana pressionam o Congresso Nacional para aprovação da chamada Lei do Frete do Paraguai. Outros produtos de importação também sumiram do mercado no final de semana.

A greve dos caminhoneiros praticamente parou o país, deixando a capital Assunção ilhada devido as longas filas que se formaram nas vias de acesso. Em Ciudad del Este, as filas de caminhões sobre e em vias próximas a cabeceira da ponte Internacional da Amizade são uma constante desde que teve início a mobilização. Os trabalhadores do volante reclamam do preço baixo do frete e do valor alto do óleo diesel.

A falta de combustível afeta principalmente o abastecimento de gasolina, informa Wilson Ferreira no Última Hora. O produto não é encontrado em diversos postos de Ciudad del Este, que é capital do Departamento de Alto Paraná. Em alguns pontos de venda, o volume já é regulamentado por consumidor, que não podem completar o tanque do veículo.

O problema não ocorre em todos os postos, uma vez que muitos continuavam operando ainda ontem devido os estoques reguladores. O desabastecimento pode se complicar com o agravamento da greve dos caminhoneiros, que desde segunda-feira não permitem a circulação de caminhões com cargas na rota do PY02, via que liga a cabeceria da Ponte da Amizade ao centro do país.

Sem gasolina

Arnaldo Cardozo, dono de um posto de gasolina localizado no Quilômetro 7, da bandeira da Petropar, explicou que a população do interior está sentindo mais as consequências da greve dos caminhoneiros. “Há dias estamos sem estoque, não temos nenhum tipo de nafta (gasolina) em estoque e os clientes vêm reclamar e estamos de mãos atadas para atender os clientes”, disse.

O trabalhador informou que tem tido problemas com o abastecimento regular há cerca de sete dias. “O estoque de combustível que temos é baixo. O máximo que temos é diesel Mbarete e Porá, mas o que mais se usa é gasolina”. O empresário disse estar na expectativa do que se passa na capital, com o desenrolar do conflito com os caminhoneiros e aguardando uma solução por parte do Governo.

“O país está sofrendo, estamos no meio de uma pandemia e é pior se não podemos trabalhar como queremos”, concluiu. Caminhoneiros estão desempregados há uma semana em várias partes do país. Um grupo de mais de 300 caminhoneiros permanece estacionado na Costanera de Asunción, aguardando o trâmite do projeto da Lei do Frete no Congresso.

Importante para economia

A Associação dos Proprietários de Postos de Atendimento e Afins (APESA), Miguel Corrales, confirmou o problema e disse que vários postos tiveram que suspender as atividades por falta de combustível. “Estamos a falar de um material de grande importância para a economia, a mobilidade dos veículos, e é esta a situação que temos e que perdura neste momento”.

“Precisamos de mais garantias para poder trabalhar”, ressaltou Corrales em entrevista à Monumental 1080 AM. Ele frisou que os caminhoneiros impõem um horário até às 17h para a circulação dos veículos com cargas, mas não é suficiente dada a distância que alguns transportadores têm de percorrer.

Sumiço

Não é só o abastecimento de combustíveis que a greve dos caminhoneiros tem afetado no país. No final de semana, alguns produto simplesmente desapareceram das gôndolas e prateleiras dos supermercados. Os fornecedores do setor de lácteos informaram que já no sábado (07) houve quebras de estoque em Assunção, Ciudad del Este e em outras partes do país.

Em função disto, eles esperam para logo uma resolução para o conflito, já que causa prejuízos milionários aos empresários. Da mesma forma, as cervejarias alertam que, se os bloqueios dos caminhoneiros continuarem, haverá escassez de bebidas alcoólicas em grande parte do país. É uma perda de 25 mil pontos de venda, principalmente nas cidades de fronteira, informou Anahí Brítez, diretor da Cervepar, a rádio La Clave.

Com informações de GDia

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