Funcionários dos Correios que entram nesta quinta (20) em seu quarto dia de greve em todo o país, poderão voltar ao trabalho. Tudo vai depender da decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que irão discutir a validade do acordo coletivo de trabalho, “rasurado pelo governo”.
A greve atingiu todos os estados brasileiros e em Foz do Iguaçu a maioria dos funcionários também cruzaram os braços provocando atraso do destino das correspondências e morosidade no atendimento.
“Vamos acompanhar passo a passo o julgamento do STF. Se os direitos dos funcionários forem restabelecidos, é provável que a categoria decida voltar ao trabalho. Caso contrário, a greve prosseguirá por tempo indeterminado”, comentou o secretário da Federação dos trabalhadores dos Correios, Emerson Marinho.
Em Foz do Iguaçu a paralisação teve a adesão de 90% dos trabalhadores, segundo os dirigentes sindicais. Foram mantidas as atividades consideradas essenciais como envio de medicamentos e entregas urgentes. As agências permanecem abertas, mas as entregas sofrem atrasos.
No Paraná, os Correios possuem 5,8 mil funcionários. No Brasil são mais de 100 mil. A paralisação teve início na noite de segunda-feira (17) em protesto “contra a retirada dos direitos trabalhistas, a privatização e a falta de segurança no trabalho”.
Em nota distribuída à imprensa, a Federação disse ter sido surpreendida com a revogação, em 1º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência iria até 2021. Segundo a nota, 70 cláusulas foram retiradas, como adicional de 30%, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além da suspensão de horas extras.
A Federação disse também que foi obrigada a acionar a Justiça para garantir aos empregados equipamentos de proteção individual e demais equipamentos para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. A entidade diz que tudo faz parte de uma estratégia para privatizar a empresa.
“O governo atual busca, a qualquer custo, vender um dos seus grandes patrimônios, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais ao país, que conta com lucro comprovado, que cresce vertiginosamente e funciona como um meio para alavancar a economia”, diz o secretário da Federação, José Rivaldo da Silva.
Por: GDia